Fri

17

Mar

2017

O Requinte de Mam'etu Mabeji a Flor do Candomblé

Há 76 anos o terreiro Kupapa Unsaba, conhecido como Bate Folha RJ, foi fundado por Sr. João Correia de Mello, o João Lessengue.

 

Sr. João era um homem de muito bom gosto. Além do capricho com o terreiro, vestia-se com elegância e determinava que os filhos da casa se vestissem com o mesmo requinte. Esse mesmo requinte foi herdado pela sua sobrinha carnal Floripes Correia da Silva Gomes ou Mam’etu Mabeji que assumiu o Bate Folha em 1972 e o comanda nos dias atuais.

 

Mam’etu Mabeji nasceu em 10 de fevereiro de 1936 em Salvador/BA, no bairro da Liberdade. Veio para o Rio de Janeiro com 10 anos. Aos 11 anos de idade, no dia 20 de abril de 1947, foi iniciada para o Inkise Nsumbu pelo Sr. João Lessengue.

 

Em 1956, Mam’etu Mabeji casou-se com o Tata Nguzu José Milagre. Com o falecimento do Tat’etu Lessengue em 1970 e a ascensão de Mam’etu Mabeji em 1972 ao comando do Kupapa Unsaba, Tata Nguzu José Milagre tornou-se o seu braço direito, conservando junto com ela todo o primor da tradição Congo-Angola. Tata Nguzu José Milagre faleceu em 1999.

 

Neste ano de 2017, Mam’etu Mabeji completa 70 anos de iniciada e uma superfesta homenagem já vem sendo organizada há um ano pela sua neta carnal Ingrid Milagre e por toda a família Kupapa Unsaba.

 

Em sua homenagem, o DVD intitulado ‘A Flor do Candomblé’ será lançado exatamente no dia do aniversário de sua iniciação: 20 de abril. Esse DVD conta a sua trajetória e traz depoimentos de personalidades do Candomblé.

Já no dia 22 de abril, uma grande festividade no Kupapa Unsaba, em agradecimento ao Inkise Nsumbu por todo o amparo a Mam’etu, promete levar uma multidão de amigos que querem abraçar e reverenciar a tão querida Mam’etu Mabeji!

 

Personalidades que participam do DVD:

·       Bira de Xangô do Ilé Àse Ojú Ògodò,

·       Criollo de Nanã do Ilé Àse Awo Wurassian,

·       Elias de Yansã do Ylê Ashè Efón,

·       Fernando de Oxossi do Yle de Erinlê Axé Layò,

·       Ìcaro Ti Ososi do Ilé Asé N’ila Ode,

·       Ogan Bangbala do Asé Shangrilá,

·       Bàbálorixá Luiz Fernando de Oxóssi e Yalorixá Regina Lúcia de Yemanjá do Axé Òpó Afonjá e o Ogan e escritor José Beniste.

·       Yalorixá Beata de Yemanjá do Ilé Omiojuaro.

·       Mam´etu Mabeji Kupapa Unsaba, Mesu Eiando também do Kupapa Unsaba.

·       Tat´etu M’beji do Kisaba Oxi.

 

Solenidades:

Dia 20 de abril, quinta-feira, às 18h, lançamento do DVD ‘A Flor do Candomblé’ e uma super apresentação do Afoxé Bamba no Arô, dirigido por André Simpatia.

 

Dia 22 de abril, sábado, às 16h, grande Kizomba (festa) saudando Nsumbo, o Rei da Terra.

Kupapa Unsaba-Bate Folha, Rua Edgard Barbosa 26, Anchieta/RJ.

 

Sakidila Mbuntu Ngola! (Louvada seja a Nação de Angola!)

Aueto!

 

 

 

 

Wed

01

Mar

2017

Homenagem ao início do Candomblé no Rio de Janeiro

Quando o compositor e cantor Heitor dos Prazeres denominou de “Pequena África” a região portuária do Rio de Janeiro, que abrange desde a Praça Mauá e Pedra do Sal até o Bairro da Cidade Nova, estava eternizando a importância do lugar com seu valor histórico e patrimonial, deixados por antigos africanos, que ajudaram a construir esta cidade e este país.

 

Estes africanos desembarcavam no Caís do Valongo e eram comercializados em torno da Pedra da Prainha, depois conhecida como Pedra do Sal.

 

No século XVIII, na Região Portuária e Central do Rio, existiam vários Terreiros de Candomblé.  Dentre estes Terreiros, o do Sr. João Alabá de Omolu se destacava por reunir além de africanos e descendentes de várias etnias, também políticos e intelectuais da época. A Iyá Kékeré (mãe pequena do Terreiro) era Hilária Batista de Almeida, filha de Oxum e conhecida por Tia Ciata.  Sr. Alabá recebeu este Terreiro já com todos os assentamentos dos Orixás das mãos do Sr. Rodolpho Martins de Andrade ou Bámgbósé Òbítíkò que tinha muito respeito e amizade por ele.

 

Outro Babalorixá que se destacou na região foi Cipriano Manuel Abedé, de Ogum, que iniciou Iyá  Dila de Obaluaiyê e Maroca de Omolu.

 

Também Guaiaku Rosena, africana, natural de Allada no Benim, que veio para o Rio de Janeiro em 1864, fundou o Asé Podabá-Jeje no bairro da Saúde.

 

Segundo o Ogan e pesquisador do Ile Axe Opo Afonjá José Beniste, estes antigos Terreiros eram instalados em casarões e não possuíam as divisões ou quartos que caracterizam os atuais Terreiros de Candomblé. As mudanças aconteceram a partir da migração destes Terreiros para a Baixada Fluminense, por conta da reforma urbana do Rio de Janeiro que começou com o presidente Rodrigues Alves a partir de 1903.

 

Um dos casos emblemáticos é o Terreiro Ile Axé Opo Afonjá de Coelho da Rocha na Baixada Fluminense que teve início na “Pequena África”.

 

Então, salve o Rio de Janeiro que hoje completa 452 anos de fundação! Cidade que favoreceu o crescimento de grandes Terreiros de Candomblé!

 

Ni ayò àjodun Rio de Janeiro! (Feliz Aniversário Rio de Janeiro!)

Axé!

 

 

 

Thu

02

Feb

2017

Festejos para Yemanjá no Rio e Salvador

A palavra Yemanjá vem da língua yorùbá, ‘Yemọjá’, e significa: Mãe dos peixes. Na África ela é dona de um rio, e no Brasil, é cultuada como a Rainha do mar e está associada à família e é festejada hoje, 02 de fevereiro.  Sua Saudação é: Odò ìyá!

Rio de Janeiro:

Presente de Yemanjá do Afoxé Estrela D’Oyá, dia 02/02 às 9h. Av. Mem de Sá 37, Lapa/RJ.

 

52º Presente de Yemanjá do Afoxé Filhos de Gandhi, dia 02/02 às 9:30h no Cais do Valongo na Zona Portuária/RJ.

 

5º Xirê de Yemanjá na Praia dos Amores na Barra da Tijuca, dia 02/02 às 10h.

 

Presente de Yemnjá do Ilê Axé Oyá Onirá, dia 02/02 às 17h na Praia de Charitas em Niteroí/RJ.

 

15º Balaio de Yemanjá de Maricá do Pai Oyá Ginde, dia 05/02 às 11h. Rua 70, Lt 5, Q 88, Bairro Cordeirinho, Maricá/RJ.

 

23º Presente à Yemanjá em Sepetiba, dia 12/02 às 9h. Concentração no Iate Clube Sepetiba na Praia do Recôncavo/RJ.

Salvador:

As Festas para Yemanjá em Salvador tem como ponto alto o Bairro do Rio Vermelho.

Seguindo tradição da festa às 4h45, uma alvorada de fogos anuncia os festejos e a chegada do presente principal na Colônia de Pescadores. Às 15h30, o presente principal e as demais oferendas são levadas até alto-mar para serem oferecidas a Yemanjá. O encerramento dos festejos acontece às 18h.

 

Kíkí Yemọjá! (Salve Yemanjá!) Omi ìyá àyaba èẹ́ru ìyá áwọn orí! (Mãe das águas, rainha mãe das espumas e das cabeças!)

Axé!

 

 

 

 

Fri

27

Jan

2017

Ògúntúndéléwa, um talento Afro Gospel

O alagoano Mario Ferreira é desde criança encantado pela música e pela cultura afro.

 

Aos 18 anos foi iniciado no Candomblé pelo Babalorixá José Roberto de Òsun, mas completou suas obrigações religiosas com o Babalorixá Altair T’Ògún, que deu-lhe o título de Ògúntúndéléwa (Ògún retornou para casa).

 

Com Pai T’Ògún aprendeu yorùbá (língua de origem nigeriana, usada na comunicação do Candomblé Kétu). Com o aprendizado do idioma yorùbá, Ògúntúndéléwa passou a interpretar os cânticos para os Orixás, e por sugestão de um amigo, chamado Hunvá, decidiu fazer uma versão em yorùbá da canção gospel lançada em 2008 por Régis Danase, ‘Faz Um Milagre em Mim’.

Em 2009, esta canção atingiu recorde de execuções, tornando-se um hit popular em todo o país. Ela foi regravada por vários grupos musicais, como Pique Novo, e cantores, como Gusttavo Lima. A cantora evangélica Aline Barros e o Padre Marcelo Rossi também cantaram a canção.

 

Ainda no ano de 2009, Ògúntúndéléwa foi convidado a cantar sua versão na 3ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, em Copacabana.  A apresentação foi um sucesso e lhe rendeu um convite feito pelo Babalorixá Jair de Ògún para cantar em um evento na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

 

Ògúntúndéléwa diz que uma de suas propostas musicais é transformar louvores gospel na língua dos Orixás, demonstrando assim respeito por evangélicos e católicos. “A vida é curta demais para se ocupar com diferenças e preconceito. A música unifica os povos, por isso desejo promover a paz através da canção!”

 

Canção: Faz Um Milagre Em Mim

De: Regis Danese

Como Zaqueu eu quero subir
O mais alto que eu puder

Só pra Te ver, olhar para Ti
E chamar sua atenção para mim
Eu preciso de Ti Senhor
Eu preciso de Ti o pai


Sou pequeno demais
Me dá a Tua paz
Largo tudo pra Te seguir

 

Refrão: Entra na minha casa, entra na minha vida
Mexe com minha estrutura, sara todas as feridas
Me ensina a ter santidade
Quero amar somente a Ti
Porque o Senhor é meu bem maior
Faz um milagre em mim!

 

 

Versão na língua yorùbá da canção: Faz Um Milagre em Mim

Por: Mario Ferreira - Bàbá Ògúntúndéléwa

Título: Sé isé-amí tikalami

 

Bási òòsà èmi fé gókè

Sókèsókè nón ki  èmi lé

Òkúrú sí ojú, ojú sí ènyin

Npè rè àfiyèsí fún mi

 

Èmi lè ti ènyin Olúwa

Èmi lè ti ènyin Bàbá

Kékéré rè kéré

Fún mi àlàáfíá

Sé gbogbo sí lówó-ehin

 

Kósínú ilé mí, kósínú ayé mi

Sodi pèlú mi ènìòn, wòsàn won gbogbo ogbé

Èkó fún mi ní Òrìsà, èmi fé ìfé ènyin

Olódùmare ní dára fírí mi

Sé isé-amí tikalami

 

Música Faz Um Milagre em Mim com o Grupo Pique Novo e Regis Danese: 

 

https://www.youtube.com/watch?v=UFicWpHnXdU

 

Lààyè orin! (Viva a música!)

Axé!

 

 

 

Fri

20

Jan

2017

Como surgiu o Sincretismo Afro-Católico

 

Sabemos perfeitamente que São Sebastião não é Oxossi, mas por que surgiu essa correlação ou sincretismo religioso?

 

No período da colonização do Brasil eram trazidos africanos de várias etnias que tinham culturas e idiomas diferentes. Eles eram misturados de forma proposital para que não se entendessem e não provocassem levantes contra os dominantes da época.

 

Quando aqui chegavam, perdiam seu nome de origem, eram batizados e obrigados a professarem a religião católica.

 

A proximidade das culturas e as condições em que se encontravam lhes facilitou o entendimento coletivo. Para não perderem a religiosidade de origem e para não sofrerem agressões dos seus senhores, eles aparentavam rezar para um santo católico, quando na verdade reverenciavam suas divindades.  Eles escondiam o òkúta Òrìsà (pedra do Orixá) atrás de um santo, por exemplo, atrás de Santa Bárbara, protetora contra as tempestades, estava a pedra de Yánsàn (divindade dos ventos e tempestades).  Daí surgiu o ‘sincretismo afro-católico’.

 

Em 1829 foram criadas várias confrarias religiosas comandadas pela Igreja Católica que diferenciavam as etnias africanas. Os negros bantus formavam a Venerável Ordem Terceira do Rosário de Nossa Senhora das Portas do Carmo, da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, do Pelourinho.  Os fons ou jejes pertenciam a Confraria Nosso Senhor Bom Jesus das Necessidades e Redenção dos Homens Pretos, da Capela do Corpo Santo, na Cidade Baixa. Já os yorubás ou nagôs dividiam-se nas seguintes Irmandades: Nosso Senhor dos Martírios (formada por homens) Nossa Senhora da Boa Morte (formada por mulheres).

 

Em 1830 surgiu o Terreiro do Engenho Velho que foi posteriormente registrado na Secretaria de Segurança do Estado da Bahia como Sociedade São Jorge do Engenho Velho – Ilê Axé Iyá Nassô Oká.  

Outros terreiros tradicionais também foram registrados com referências católicas:

Sociedade São Jorge do Gantois = Ilê Iyá Omin Axé Iyá Massê.

Centro Cruz Santa do Axé Opó Afonjá = Ilê Axé Opó Afonjá.

Sociedade Beneficente Santa Bárbara do Bate Folha = Terreiro Bate Folha.

Sociedade Cultural Religiosa e Beneficente São Salvador = Ilê Axé Oxumaré ou Casa de Oxumarê.

 

Segundo o Babalorixá Aristides Mascarenhas, Pai Ari D’Ajagunã, presidente da Federação Nacional de Culto Afro Brasileiro (Fenacab) os antigos terreiros de Candomblé eram registrados com nomes de santos católicos para evitar a perseguição religiosa da época.  Segundo Pai Ari, “o sincretismo protegeu os antigos, mas agora somos assegurados por lei como religião”. “O sincretismo ainda é forte quando se comemora o Senhor do Bonfim e a Festa de Yemanjá, mas é válido como festa popular”, avalia Pai Ari.

 

Já Pai Gustavo de Oxossi da Tenda Espírita Pai Cipriano, de Guaratiba/RJ, não vê nenhum problema em festejar os Orixás nas datas dos santos católicos. “Comemoro Caboclo e Oxossi no dia de São Sebastião, Ogum no dia de São Jorge, Ibeji no dia de São Cosme e São Damião e Yansã no dia de Santa Bárbara. É uma forma de celebrar a sabedoria dos ancestrais para preservar nossas tradições”.

 

Ohùn tání ará jé ohùn Olórun! (A voz do povo é a voz de Deus!).

Axé!

 

 

 

 

 

 

Thu

29

Dec

2016

Mercadão faz a 14a Festa para Yemanjá

Para agradecer a Yemanjá (reverenciada como a mãe de todas as águas) pela reconstrução do Mercadão de Madureira que foi destruído por um incêndio em abril do ano 2000, os comerciantes Hélio Sillman e Guaracy Coutinho organizaram em 2002 uma procissão que tinha um caminhão com oferendas e uma imagem de Yemanjá com 2 metros de altura, até o Posto 4 da Praia de Copacabana.

 

A cerimônia caiu no gosto popular e também do povo do santo, tornando-se uma tradição do Rio de Janeiro.

 

Todos os anos a festa começa em frente ao Mercadão com muitos cânticos e danças para os Orixás que segue em carreata até o mar.

 

Segundo Hélio Sillman, neste ano além da tradicional roda com Babalorixás, Yalorixás e filhos de santo, haverá um minuto de silêncio em respeito às vítimas do trágico acidente, ocorrido em novembro, com a equipe da Chapecoense. “Será um momento para reverenciarmos os que partiram na tragédia e pedir que os Orixás confortem sempre seus familiares. Ao final deste minuto de silêncio, soltaremos balões em memória dos jogadores”.

 

Como a vida segue, Hélio já está organizando a celebração do 15º aniversário da procissão. “Vamos comemorar com bastante entusiasmo, pois afinal são 15 anos, celebrando a vitória da fé em Yemanjá e nos Orixás!”

 

A concentração da 14ª Procissão de Yemanjá do Mercadão de Madureira será hoje, quinta-feira, 29 de dezembro, às 12h, no Mercadão, com saída às 15h, em direção ao Posto 4 da Praia de Copacabana/RJ.

 

Odò Ìyá!

Salve Yemanjá!

Axé!

 

 

 

 

Tue

20

Dec

2016

Curta o verão com a proteção dos Orixás

No Candomblé, Omolu é chamado de Bàbá ìgbóná (o pai da quentura). As doenças de pele estão sob seu domínio, por isso com a chegada do verão, que começa exatamente hoje, vamos pedir proteção a este grande Orixá e fazer a nossa parte, usando protetor solar, roupas leves, nos hidratando e evitando o excesso de exposição solar das 10h às 16h.

 

Com o aumento da temperatura, há riscos de raios e temporais. O Brasil é o país com maior incidência de raios no mundo. Então, além da proteção de Xangô, o Obá ìtànsàn (senhor do raio), devemos ter cuidados com: telefone com fio, celular plugado na tomada, desligar aparelhos eletrônicos, andar na chuva, empurrar carros e motos, evitar e tampar espelhos e não segurar facas, tesouras ou objetos metálicos pequenos. E se estiver em campo ou parques, não fique em baixo de árvores ou perto de cercas.

 

Também com o verão a possibilidade de tempestades, deslizamentos de encostas, ventos, inundações e desabamentos de imóveis em áreas de risco são frequentes. Por isso vamos pedir a Yansã, a senhora dos ventos e das tempestades, que nos proteja.

 

Vamos ser prudentes, pedir proteção aos Orixás, e curtir o verão que representa liberdade, praia, natureza e muito lazer. É uma das estações mais aguardadas do ano, pois é tempo de se divertir, recarregar as energias e amenizar o estresse do dia a dia.

 

Àyòjù dé àkokó oyé! (Bastante alegria, chegou o verão!)

 

Axé!

Tue

20

Dec

2016

Lizza Dias, uma gaúcha com força africana

Gaúcha de Porto Alegre, Lisane Dias começou a cantar ainda criança em festas da sua escola. Músicas, sons, encantavam a menina, que por causa destes talentos, aos 16 anos, obteve sua carteira de musicista profissional pela OMB - Ordem dos Músicos do Brasil, o que a levou a ajudar na formação de um coral para crianças afrodescendentes no Quilombo do Paredão no Rio Grande do Sul. Durante dois anos, Lisiane ministrou oficinas neste Quilombo.

 

Fascinada pela cultura afro, Lisiane se descobriu filha de Yansã através de uma tia, que era Yalorixá, chamada Irai. Estava então aí, explicada sua ligação com a cultura africana e a sua diversidade musical.

 

Na grande Porto Alegre, Lisiane cantou em várias bandas como: Afro-Tchê de axé music e Toque Fatal, uma banda de baile com repertório variado de MPB e músicas internacionais. Participou ainda como backing vocal em shows de renomados cantores nacionais incluindo: Alcione, Leci Brandão, Dudu Nobre e Almirzinho.

 

Vivenciando arte, no ano de 2000, Lisiane dedicou-se a dança e passou a ter aulas de balé, jazz e dança afro no Grupo Afro Gaden de Porto Alegre. Nasceu aí seu interesse pelo jongo.  O jongo é uma dança de roda que era feita pelos antigos africanos que chegaram aqui no Brasil. Para vários pesquisadores o jongo é considerado ‘pai do samba’, pois assim como era o antigo ‘semba’, que em língua umbundo significa umbigada, o jongo também possui passos com umbigada.

 

Em 2003, Lisiane, por sugestão do músico Jorge “poeta” Cidade (da banda gaúcha Produto Nacional Reggae), consultou o numerólogo professor Silvio, que lhe deu o codinome de Lizza Dias.

 

Morando no Rio de Janeiro desde 2006, Lizza Dias atualmente se apresenta com sua banda, no projeto Caboclinhas. Este projeto show abrange músicas e danças, com um repertório variado de samba de raiz, forró, frevo, jongo, afoxé, ijexá, incluindo compositores desconhecidos como: Gege de Itaboraí e Paulinho Show, e também músicas autorais. O projeto Caboclinhas acontece uma vez ao mês na Praça dos Estivadores, na Zona Portuária do Rio.

 

Além do projeto Caboclinhas, Lizza realiza a oficina “Vivência do Jongo”, todas às quintas-feiras às 16h, na Casa da Tia Ciata, no Rio de janeiro. Nestas aulas, ela ensina os alunos a história, passos e cantos ancestrais de antigos africanos que viveram em Quilombos.

 

Axé!

Sun

18

Dec

2016

Premiação da Fenacab na Mangueira

Aconteceu hoje, em grande estilo, na quadra da Mangueira a inauguração da Fenacab Sudeste. Vários Babalorixás, Yalorixás e personalidades da cultura afro foram homenageadas.

 

O presidente nacional da Fenacab, Aristides Mascarenhas, veio especialmente de Salvador para comandar a cerimônia junto com Sônia Alvin, coordenadora da Região Sudeste.

 

A nossa Coluna Orixás do jornal Expresso e o Blog Pai Paulo de Oxalá, veiculado aqui pelo Extra online, foram homenageados. Cânticos e danças afros abrilhantaram o evento junto com o Afoxé Filhos de Gandhi do Rio de Janeiro.

 

Na abertura do evento, Aristides e Sônia Alvim discursaram ressaltando a  importância da Fenacab, na luta pela liberdade religiosa e pelo combate à intolerância.

 

 

Axé!

 

Wed

14

Dec

2016

Fenacab Inaugura Sede no Sudeste com Premiações

Em 1946, havia muita repressão aos cultos afros, mas isso não impediu que o destemido Justiniano Emiliano de Souza fundasse a Federação Baiana de Culto Afro Brasileiro (Fecab). Seu vice da época foi Jorge Manoel da Rocha que em 1949 assumiu a presidência.

 

Os tempos foram difíceis, por isso só em 1974 o Ogan Antônio Monteiro assumiu a direção da Instituição. Sob sua gestão como presidente, foram registrados importantes terreiros de Candomblé da Bahia como: Casa Branca do Engenho Velho, Opô Afonjá, Gantóis, Casa de Oxumarê, Bate-Folha, Beiru, Alaketu, Tombenci e Tumba Junsara. 

 

Antônio Agnelo dirigiu a instituição de 1977 até 1980, quando assume Luis Sérgio Barbosa que revezou a presidência com José Metério de Santana (Seu Benzinho) até o ano de 2000, quando assumiu Aristides Mascarenhas, o atual presidente. Aristides é Babalorixá e é conhecido como Pai Ari D’ Ajagunã.

 

Em 2001, Pai Aristides conseguiu para Dona Benedita de Oxum, Yá Ditinha, a aposentadoria. Foi um marco, pois ela foi a primeira Yalorixá a se aposentar como Candomblecista. Ainda em 2001, realizou-se uma assembleia para mudança da denominação de Federação Baiana de Culto Afro Brasileiro (Febacab) para Federação Nacional de Culto Afro Brasileiro (Fenacab).

 

Em 2002 foi criado o Código de Ética da Resolução da Religião Afro Brasileira, e no Rio de Janeiro foi eleito como representante regional o Babalorixá Marcos Penna D’Obaluaiyê.

 

Atualmente a Fenacab tem 5.440 casas filiadas a nível nacional e internacional, com coordenações municipais no Estado da Bahia em: Salvador, Itaparica, Alagoinhas, Simões Filho, Feira de Santana, Lauro de Freitas, Candeias e São Felix. Há também nos seguintes estados: Amazonas, Amapá, Maranhão, Goiás, Distrito Federal e Rio Grande do Sul. Conta ainda com coordenações internacionais em Portugal, Argentina e Suíça.

E os empreendimentos não param, pois será inaugurada no domingo, 18 de dezembro, às 15h, a Fenacab Sudeste, com sede no Rio de Janeiro.

 

Pai Aristides ressalta que a inauguração da Fenacab Sudeste (Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo), fortalecerá mais os laços entre a Bahia e o Rio de janeiro e aproximará mais as casas de culto desta região. “A nossa luta é pela nossa religião e sua liberdade de culto em todos os lugares que possível for estar presente!”.

 

Sonia Alvim, Coordenadora da Fenacab Sudeste ressalta também a ligação religiosa da Bahia e do Rio de Janeiro.  “É muito importante a atuação da Fenacab no trabalho de reforçar nossa religiosidade em todas as partes, em particular, interligando Bahia e Rio de janeiro, berços da cultura afro-brasileira!”.

 

A inauguração da Fenacab Sudeste acontecerá com uma grande festa na quadra da tradicional escola de samba Estação Primeira da Mangueira. Na ocasião serão homenageadas personalidades da Umbanda e do Candomblé atual e in memorian vários Babalorixás e Yalorixás como: Pai João da Goméia, Mãe Regina de Bamgbose, Mãe Nitinha de Oxum, Mãe Natalina de Aziri, Tata Fumutinho e Mãe Omindarewá entre outros. A mídia e os divulgadores da cultura afro serão homenageados, e a nossa Coluna Orixás do jornal Expresso e o Blog Pai Paulo de Oxalá veiculado aqui pelo Extra online, também receberão homenagens. Durante a cerimônia acontecerá danças afro e Afoxés, e o encerramento ficará ao encargo da Bateria Nota 10 da Mangueira.

Axé!

Quadra da Mangueira: Rua Visconde de Niterói, 1072, Mangueira/RJ.

 

 

Fri

09

Dec

2016

Previsões 2017: Oxaguian e Ibeji

 

 

 

Previsões 2017:

 

Ano de Realizações com a

Determinação de Oxaguian e a

Criatividade de Ibeji

 

 

 

 

 

Confira: https://www.youtube.com/watch?v=CBIi2UOlaWI

Wed

16

Nov

2016

A Força de Àfònjá e o Axé de Éden

Segundo os mitos yorubás, Àfònjá foi um líder guerreiro da região de Ìlorin, na Nigéria.

Aqui no Brasil, Àfònjá foi exaltado como patrono do Terreiro de

Candomblé: Ilé Àse Òpó Àfònjá de Salvador, na Bahia. Esse Terreiro foi fundado por Eugênia Anna dos Santos em 1910. Mãe Aninha era conhecida como Oba Biyi. Ela nasceu em 1869, foi iniciada para Sàngó aos 17 anos e era filha de africanos da etnia Grunci.

 

Em 1886, Mãe Aninha veio para o Rio de Janeiro com Rodolpho Martins de Andrade ou Bamgbose Òbítíkò residir na Região Portuária do Rio, onde já existiam vários Terreiros de Candomblé.  Dentre esses Terreiros, o do Sr. João Alabá de Omolu se destacava por reunir além de africanos e descendentes de várias etnias, também políticos e intelectuais da época.

 

E foi na Região Portuária, mais precisamente no bairro da Saúde, que Mãe Aninha organizou um Terreiro que seria o embrião do Àse Òpó Àfònjá do Rio de Janeiro, que depois foi transferido para Coelho da Rocha, na Baixada Fluminense. 

 

No Àse Òpó Àfònjá de Salvador, Mãe Aninha iniciou muitas pessoas que tornariam–se importantes para a história do Terreiro, dentre elas Ondina Valéria Pimentel conhecida como Mãezinha de Òsàlá.  Mãezinha assumiu a direção do Àse Òpó Àfònjá de Salvador, no ano de 1964, tornando-se a quarta Ìyálórìsà do Àse.

 

Mãe Odina também abriu um Terreiro de Candomblé, no Rio de Janeiro, no bairro do Éden, Município de São João de Meriti. Esse Terreiro recebeu o nome de Abá Ylê Cruz do Divino Axé Opô Afonjá que, devido a sua localização, ficou também conhecido como Òpó Àfònjá de Éden. O Axé de Éden foi frequentado por filhos ilustres que vinham do Òpó Àfònjá de Salvador à procura de Mãezinha.

 

Após as festas e obrigações no Axé de Salvador, Mãezinha sempre retornava ao Rio de Janeiro para realizar os festejos do Axé de Éden, e vinha acompanhada de suas irmãs e irmãos, como Tia Pinguinho, Obá Kankanfo, Tia Noêmia de Òsàgiyán, Senhorazinha de Òsun, Tia Jovem, Mocinha, Regina de Obalúwáiyé, Honorina de Òsányìn, José Olòsèdé, Moacir de Ògún, Aída de Oyá, Carmem de Oyá e Mestre Didi. Lembrando também do ilustre Bàbálórìsà Balbino Daniel de Paula-Obàràyín, cujos primeiros passos como Sacerdote foram no Àfònjá de Éden, com Mãezinha, com quem concluiu suas obrigações de Òrìsà.

 

Muitos filhos, que hoje se encontram em Salvador, foram iniciados no Axé de Éden, onde Mãezinha dizia: “que tanto no Rio como em Salvador, a mãe era a mesma”. Dentre os muitos filhos iniciados por ela, vale lembrar da saudosa Detinha de Sàngó e sua filha, Eurides de Oyá.

 

Quando estava do Rio, Mãezinha mantinha um relacionamento fraternal com Mãe Cantú de Aira Tola, Ìyálórìsà do Òpó Àfònjá de Coelho da Rocha. Ambas foram iniciadas no Àse Òpó Àfònjá de Salvador, por Mãe Aninha, portanto eram irmãs de àse.

 

Elas conviviam como uma grande família e conduziam seus ritos com ética. Naquele tempo não se fazia uma festa ou obrigação, em uma das duas Casas, sem que não houvesse a presença das duas por questão de respeito e ancestralidade.

 

Muitas festas foram realizadas por Mãezinha com a presença de muitas personalidades do Candomblé da época que frequentavam o Afonjá do Éden, como por exemplo: Davina de Obalúwáiyé, Aderman de Oyá, família Encarnação, os Gumbonos Jorge de Yemojá e Djalma de Lalu e o Bàbálórísà Delejan de Yánsàn.

 

Com o falecimento de Mãezinha, o Axé de Éden passou por um longo processo de sucessão até a posse de sua sobrinha carnal, Célia Pimentel, que foi iniciada por Mãezinha para Òsun. Mãe Célia de Òsun deixou a carreira de enfermeira e dedicou-se aos ensinamentos deixados por Mãezinha para manter as tradições religiosas do Axé de Éden.

 

Procurando divulgar a história do Axé de Éden e perpetuar o legado de Mãezinha e dos filhos que passaram por lá, foi criada uma Fan-page no Facebook.  A página tem a editoria do jornalista e também filho do axé, Mingos Lobo, da escritora Cléo Martins- Agbeni de Sàngó e, de Rosana Pimentel, ambas do Òpó Àfònjá de Salvador.

 

O Axé de Éden localiza-se à Rua Nossa Senhora das Dores Andrade e Silva 346, bairro do Éden, São João de Meriti/RJ.

Fan-page:https://www.facebook.com/opoafonjaeden

 

 

Fontes:  Livro Jogo de Búzios de José Beniste.

Jornalistas Mingos Lobo e Clilton Paz.

Tue

08

Nov

2016

Curso Inédito de Idioma e Cultura Fon

A cultura Jeje vinda do Antigo Dahomé, atual República do Benin, que antes abrangia o Togo e fazia fronteira com o país de Gana é, sem dúvida, uma das maiores contribuições culturais deixadas pelos antigos fons que chegaram no século XVIII aqui  no Brasil.

Estes povos Ajeji ou Adjeje (lê-se: Jeje) que em yorùbá significa estrangeiros como eram chamados pelos yorubás, estabeleceram fundamentos nos seguintes lugares: Salvador, Cachoeira de São Félix (Bahia), Recife (Pernambuco) e São Luís (Maranhão). Os yorubás também eram chamados de forma pejorativa pelos Jejes de Anago (lê-se: Nagô).

 

Durante um período, houve uma influência muito grande da cultura yorubá em todas as outras etnias. A junção dos yorubás com os Jejes resultou na cultura chamada de: Jeje-Nagô ou Culto Nagô-Vodun. Vodun é o nome das divindades da cultura Jeje.

 

Dentre as tribos que falavam o ewe, fon e fongbé ou línguas Jejes destacaram-se as tribos: Gan, Fanti, Axanti, Mina e Mahin. Sendo este último o que teve maior destaque sobre as demais culturas Jeje, no Brasil.

 

A influência Jeje na formação do Candomblé, aqui, no Brasil, é notório. O barco de Ìyàwó (esposa, em yorubá) ou iniciados no Brasil tem os nomes compostos por palavras Jejes: Dofono, Dofonitin, Fomo, Fomutin, Gamu, Gamutin e Vimu, Vimutin.

 

A palavra Ekedi (auxiliar) também é de origem Jeje. Aqui, no Brasil, Ekedi é um cargo religioso determinado às mulheres que auxiliam as Ìyálórìsà’s ou Bàbálórìsà’s. Em yorubá, este cargo é denominado de Àjòìyè e na Nação de Angola, de Makota.

Outras palavras Jeje foram incorporadas não só ao Candomblé como também ao nosso dia-a-dia, como por exemplo: Acassá, “faca” que no original ewe é escrita com “K” em vez de “C”. Outra palavra Jeje que ficou no nosso cotidiano foi a palavra “tijolo” que vem de Tijoló.

 

Para melhor compreensão da língua fongbé acontecerá o curso: “Fon Curso de Idioma e Cultura” para aprendizagem e aperfeiçoamento da cultura Fon, originária do Benin, com foco no fongbé, falado, escrito e cantado. Este curso no Brasil recebe apoio oficial da representação do Benin no Rio de Janeiro através do Exmo. Cônsul Sr. Cesar Augusto Maia, tendo também patrocínio da Câmara de Comércio Benin-Brasil. As aulas serão ministradas por professor nativo do Benin, de origem Fon. Cada módulo conta com 16 aulas presenciais de 2 h/dia, um total de 32 horas, e o diploma será emitido pelo Instituto Latino-Americano em parceria com o Consulado da República do Benin/RJ. 

 

Tele: (21) 3264-6604 ou Cels: (21) 98382-7358 e (21) 98166-9169, ambos com Whatsapp. 

 

Vala a pena conferir!

Axé!

 

 

 

Fri

30

Sep

2016

A jornada de Beniste no Candomblé

Filho de pais libaneses, tijucano da Praça Saens Peña, José Beniste foi criado na religião judaica. Aos 17 anos conheceu Dona Carol com quem se casou aos 24 anos.

 

Seu primeiro contato com a religião espírita foi no conceituado Templo Espírita Tupyara do Rio de Janeiro, quando Dona Carol fez uma cirurgia espiritual. A partir daí, o interesse de Beniste pela doutrina espírita foi aguçado, e ele passou a estudar o assunto com mais profundidade.

 

Dona Carol era médium, e em casa, passou a incorporar o Preto Velho ‘Pai Manuel’. Certa vez esse Preto Velho chamou Beniste e lhe disse: “Filho, se prepara, pois você será conhecido e solicitado!”. Beniste ficou surpreso, pois seu ritmo de vida não sugestionava fama. Não sabia ele que o Preto Velho falava do relevante trabalho que prestaria para a cultura afrobrasileira, em particular, o Candomblé.

 

Devido ao Preto Velho Pai Manuel, Beniste aproximou-se da Umbanda e do Omolokô, uma religião muito praticada na época com base em elementos africanistas, espíritas e ameríndios. No Omolokô algumas divindades possuem nomes yorùbá com assentamentos similares ao do Candomblé. Isso fez com que Beniste se interessasse pelo Candomblé e buscasse mais conhecimentos sobre essa religião.

 

Paralelamente a isso tudo, ele estreou em 1970 um programa na Rádio Rio de Janeiro que divulgava as religiões afro-brasileiras. Este programa foi totalmente inovador para a época por existir pouquíssimos programas voltados para a divulgação da cultura afro-brasileira. Isso o aproximou ao mundo do Candomblé, pois o Programa era frequentado por inúmeros Babalorixás, Yalorixás, Ogans, Ekedis e todo o povo do santo.

 

Beniste também foi o responsável por um dos maiores festivais de cantigas de Umbanda na década de 70. A ressonância desse festival se faz presente até hoje, por abrir as portas para que outros fossem organizados.

 

Em 1982 fundou o curso de língua yorùbá, Brasil-Nigéria, com a presença do cônsul da Nigéria, Alhaji Muhammadu Fufore, e das Yalorixás, Bida de Yemanjá e Ègbónmi Dila.

 Em 1984 foi confirmado como Ogan pela Iyalorixá Cantu de Airá Tola dirigente do Ilê Axé Opó Afonjá, em Coelho da Rocha no Rio de Janeiro.

 

Na década de 90 trocou a Tijuca pelo Recreio dos Bandeirantes e escreveu seu primeiro livro: “Òrun Àiyé, o encontro de dois mundos”, no qual eu tive a honra de escrever a sobrecapa. Beniste é ainda autor dos livros: “Jogo de Búzios”, “Águas de Oxalá”, “Mitos Yorubás” e “Dicionário Yorubá”.

 

É por toda esta obra e razão que eu me sinto orgulhoso de retratar a trajetória e o trabalho de José Beniste, que contribuiu e continua contribuindo para a fixação e o respeito de toda a Cultura Afro-Brasileira e, em especial, o Candomblé.

 

Lóju tifé tifé oló tó kó olùfé Olódùmarè! (Na amizade sincera encontramos o amor de Deus!)

 

Axé!

 

 

 

Wed

14

Sep

2016

Novidades na festa de Yemanjá de fim de ano

Estamos em setembro, mas a festa de Yemanjá do Mercadão de Madureira, que neste ano completa 14 anos, já está a todo vapor.

 

        Segundo Hélio Sillman, um dos organizadores, essa festa virá com inovações. A primeira é que uma imagem de Yemanjá, de um metro e meio de altura, ficará em um barco ancorado no mar na altura do Posto 4 da Praia de Copacabana, no dia 28 de dezembro (véspera da festa, que é no dia 29). Esta imagem terá iluminação a led que permitirá uma visualização espetacular.  Segundo Hélio, o propósito é usar a tecnologia para proporcionar através das luzes uma deslumbrante apresentação de Yemanjá.

 

Outra novidade será a distribuição de pétalas de rosas brancas para os participantes da festa para serem lançadas ao mar como oferenda para Yemanjá.

 

A Festa de Yemanjá do Mercadão é incluída no Calendário Oficial de Eventos e Datas Comemorativas da Cidade do Rio Janeiro.

 

Odò Ìyá!

 

Salve Yemanjá!

 

 

Axé!

Wed

07

Sep

2016

"Chica da Silva - O Musical"

Filha de pai português e de mãe africana, Chica da Silva revolucionou o século XVIII, quando conquistou sua liberdade por conta própria. Com o nascimento da sua primeira filha com o rico contratador de diamantes, João Fernandes de Oliveira, ela foi identificada no registro de batismo como "Francisca da Silva de Oliveira", herdando assim, o sobrenome do poderoso aristocrata, com quem manteve uma união consensual estável, por mais de quinze anos.

 

Em 1976 Cacá Diegues retratou Chica da Silva num filme, baseado no livro homônimo de João Felício dos Santos, com Zezé Motta e Walmor Chagas nos papéis principais. A música composta por Jorge Ben Jor e Roberto Menescal fez tanto sucesso quanto o filme.

Sucesso também foi a produção da telenovela Chica da Silva em 1996, na extinta TV Manchete. A novela estrelada por Taís Araújo, no papel de Chica e Victor Wagner, como o contratador João Fernandes, foi exibida em vários países da América Latina e Estados Unidos.

 

Amanhã, dia 08, celebrando os sucessos dessas produções, estreia no Teatro do Centro Cultural Correios: “Chica da Silva - O Musical”, que conta com direção de Gilberto Gawronski, texto de Renata Mizrahi e pesquisa de Daniel Porto. A atriz Vilma Melo interpreta Chica da Silva. Alexandre Elias assina a direção musical e a direção de produção é de Alexandre Lino. O elenco conta ainda com as presenças de Ana Paula Black, Antônio Carlos Feio, Luciana Victor e Tom Pires.

Para Alexandre Lino, “o musical é uma grande homenagem à negritude brasileira, pois Daniel Porto fez uma extensa pesquisa sobre a história, e a Renata Mizrahi traçou um paralelo entre Chica da Silva e a batalha das mulheres negras atuais”.

Então, vale a pena ver a história de Chica da Silva que conseguiu se destacar, entrar para a história, e conquistar um espaço importante na sociedade.

“Chica da Silva – O Musical” estreia amanhã, 08 de setembro, às 19h. Temporada até 30 de outubro, de quinta-feira a domingo, às 19h, no Teatro Centro Cultural Correios. Rua Visconde de Itaboraí 20, Centro, Rio de Janeiro/RJ. Classificação: 16 anos.

Axé!

 

 

Thu

01

Sep

2016

Chegou setembro, o mês da alegria e da esperança

Chegou setembro, mês da primavera, estação que celebra a renovação da vida. Dia 26 é a data oficial, pela Igreja Católica, dos santos gêmeos, São Cosme e São Damião. Médicos caridosos, que viveram na Ásia Menor, ficaram conhecidos por curarem pessoas, animais e ajudarem os pobres. Eles foram perseguidos e mortos por causa da fé. São Cosme e São Damião são considerados os padroeiros dos farmacêuticos, médicos e das faculdades de medicina.

 

Aqui no Brasil, a Igreja festeja São Cosme e São Damião também no dia 27, motivada pela tradição popular derivada da Umbanda.

 

Nesse dia, os devotos da cultura afro distribuem doces e brinquedos em homenagem à Ibeijada (falange das crianças).

 

Então, além de ser o mês do colorido das flores, setembro traz também o axé da alegria, da solidariedade e da esperança.

 

Ibeijada, Ibéjì, Erês, crianças e flores, vamos festejar e viver este momento fascinante!

Lààyè osù kesàn na odún! (Viva Setembro!)

Axé!

 

 

Wed

24

Aug

2016

Os Encantos Jeje no Ninho da Serpente

Paraense da cidade de Belém, Marcos Carvalho nasceu em uma família composta por onze irmãos. Seu primeiro contato com o mundo espiritual foi através dos seus pais, Sr. Carlos Carvalho e Dona Graciete Carvalho que eram espíritas kardecistas e realizavam sessões em casa.

 

O tempo passou e toda família veio para o Rio de Janeiro. Aos 21 anos, Marcos conheceu, através do amigo Amauri de Odé, o Gumbono Jorge de Yemanjá. Foi ele, através do jogo de búzios, que viu Gbésèn como o Vodun de Marcos. A partir daí Marcos ficou como Abíyán (candidato a iniciação) no Terreiro do Sr. Jorge e foi iniciado em 1988 para Gbésèn pelas mãos do Doté Celso de Ògún, mas com toda a orientação do Sr. Jorge de Yemanjá.

 

Em 2000, Marcos viajou para Bahia em busca de mais informações sobre os rituais Jeje e conheceu a saudosa Gaiaku Luiza de Oyá na cidade de Cachoeira/BA. Luiza Franquelina da Rocha ou Gaiaku Luiza era considerada uma das mais importantes sacerdotisas do culto Jeje-mahi do Brasil e possuidora de uma sabedoria inigualável. Marcos fez suas obrigações com Gaiaku Luiza e ganhou sua confiança. Através desta confiança foi que Gaiaku passou para Marcos, conhecimentos sobre a Nação Jeje.  Gaiaku Luiza faleceu em 20 de junho de 2005, aos 96 anos de idade.

 

Os conhecimentos adquiridos pelo Mèjitó Marcos despertaram no fotojornalista iguaçuano Mazé Mixo o desejo de transformar em documentário os encantos da Nação jeje.

 

O documentário Hùndàngbènă - O Ninho da Serpente mostra o cotidiano do terreiro Húmkpàmé Hùndàngbènă, fundado por Mèjitó Marcos de Gbésèn em 2011, e localizado no Município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O terreiro é descendente da matriz baiana Húmkpàmé Ayono Huntoloji, fundada pela inesquecível Gaiaku Luíza de Oyá e atualmente comandada por Gaiaku Regina de Avimaje.

 

O filme traz ainda imagens do primeiro ritual realizado no Húmkpàmé Hùndàngbènă, em 2013, chamado de Gboitá, uma das principais cerimônias da Nação Jeje.  Destaca também a história do Candomblé e de antigos africanos trazidos para o Brasil oriundos de várias etnias, com diferentes idiomas e formas de culto.

 

Todo o encanto de ‘Hùndàngbènă - O Ninho da Serpente’ pode ser assistido através do link: https://youtu.be/KpVllvTso1Y

 

Aho gbogbo yi!

 

 

 

 

 

Sun

21

Aug

2016

A vigorosa influência de Òsàgiyán no domingo

Conta um mito yorubá que o verdadeiro nome de Òsàgiyán era Akinjole.  Akinjole era filho de Ogiriniyán e neto de Odùdúwà. Por ser o fundador de Èjigbò e por gostar muito de inhame, Akinjole era chamado, respectivamente, de Eléjìgbò e de Ògiyán. 

 

Ògiyán tinha um amigo chamado Awoléjé que conhecia muitos Ebós. Com os seus conhecimentos Awoléjé ajudou Ògiyán a prosperar Èjigbò.

 

O tempo passou, Awoléjé ausentou-se de Èjigbò, mas um dia resolveu voltar e visitar o amigo. Só que Awoléjé não sabia que o prestígio de Ògiyán tinha crescido tanto, a ponto de todos na cidade o reverenciarem como Kábíyèsí (saudação usada somente para os reis yorubá). Quando Awoléjé dirigiu-se aos guardas do palácio de forma informal pedindo para falar com Ògiyán, os mesmos entenderam tal pedido como irreverência e prenderam Awoléjé no calabouço do palácio. Ressentido, Awoléjé utilizou seus conhecimentos e lançou uma maldição na cidade de Èjigbò, que passou a sofrer catástrofes.

 

Com a cidade em decadência, Ògiyán foi consultar um sacerdote que lhe disse a razão dos infortúnios. Ògiyán, então, mandou soltar Awoléjé imediatamente e pediu-lhe perdão. Awoléjé aceitou o pedido, mas impôs uma condição: que em todos os anos, durante a festa de Ògiyán, os habitantes de Èjigbò deveriam lutar entre si com golpes de Àtòrì.

 

Devido a esse mito yorubá é que na festa do 3º domingo das Águas de Òsàlá, denominada Ojó Odó (Dia do Pilão de Òsàgiyán), acontece a cerimônia do Àtòrì. O Àtòrì é uma vara feita de galho da árvore de mesmo nome, originária da África tropical. Aqui no Brasil esta árvore é chamada de guaxima. É durante a cerimônia do Àtòrì, que Òsàgiyán desculpa-se com Awoléjé, simulando golpes de varas nos habitantes de Èjigbò.

 

O ritual do Pilão de Òsàgiyán só pode ser feito num domingo, pois ele completa o ciclo das Águas de Òsàlá, que é realizada em 17 dias, com uma sequência de três domingos. Daí, Òsàgiyán ser denominado: “Ògbéni nã tání ojó olúwa ijóse!” (o Senhor do domingo!). Epà Bàbá!

Axé!

 

 

Wed

17

Aug

2016

Homenagem a Ògún Jóbí

Conheci Sergio Barbosa (Ògún Jóbí) em 1989 na antiga Rádio Mauá-Solimões, de Nova Iguaçu, no Programa Cultural Afro-Brasileiro de José Beniste.

Ele foi iniciado em 1966 aos 12 anos de idade no segundo barco de Ìyàwó do Bàbálórìsà Joquim Mota de Omolu.  Os dois eram sábios e brilhantes. Pai Jóbí, um inovador e Pai Joaquim, um competente conhecedor de Candomblé.

 

Em 1994 tive o prazer de ver toda polivalência artística de Pai Jóbí no 1º Festival das Religiões da Natureza, realizado no Maracanãzinho, apresentado por mim e comandado por Cesar e Katja Bastos.  Nesse evento Pai Jóbí mostrou um maravilhoso desfile temático sobre os Orixás. Fiquei feliz em ver as pessoas no estádio encantadas e entusiasmadas com todo aquele espetáculo.  Assistindo ao desfile estava ao meu lado o ilustre e saudoso Doté Luiz de Jàgún que, maravilhado, exclamou: “Esse é o iluminado Ògún Jóbí!”.

 

E era iluminado mesmo, pois logo depois do Festival, Pai Jóbí apresentou um Programa de TV ‘By África Rio’ que fez muito sucesso.

 

Como bom filho de Ògún, além de ousado e criativo, ele era empreendedor. Seus próximos empreendimentos foram a mudança de residência de Coelho da Rocha para Santa Tereza e a criação do Restaurante Buffet Másàn Òrun, na Praça Tiradentes.

 

Mas Olódùmarè tem os designíos e, em 2010, Ògún Jóbí (aquele que Ògún ajudou a nascer) nos deixou. O seu Terreiro de Candomblé, “Àse Ogbojú Fire Imo Ogum Oyá” (os filhos valorosos que convivem com a sabedoria de Ògún e Oyá), ficou aos cuidados do seu filho, o Bàbálórìsà Marcelo Fritz de Òsàgiyán que neste sábado, 20 de agosto, celebra uma festa in memorium a Pai Jóbí.

 

"Okùnrin oun wiwo kelulé wo ìwà!" (O homem é eternizado por suas qualidades!)

 

Axé!



Mon

01

Aug

2016

Ney Matogrosso, um protegido por Oxossi

Quando tinha de 7 para 8 anos, Ney morava no Bairro de Padre Miguel, no Rio de Janeiro. Num certo dia, uma vizinha que era espírita lhe disse: “Ney, um dia desse eu estava observando você e vi um índio lhe acompanhando. Ele era forte e estava todo vestido de penas verdes e brancas”. A partir daí foi que Ney, que é sul matogrossense e bisneto de índio, percebeu sua ligação com Oxossi, o Orixá das matas, o arqueiro dos Orixás.  Ousado no palco, mas bem reservado pessoalmente, Ney nos disse que nunca tinha divulgado essa história e que, em todo o seu trabalho, a única vez que ele cantou exaltando Oxossi foi em 2007, no show Inclassificáveis, com a música ‘Cavaleiro de Aruanda’ do compositor argentino Tony Osanah. Essa canção já havia sido gravada em 1972 pelo cantor Ronnie Von e em 2006, pela cantora Rita Beneditto no CD Tecnomacumba.  Para os especialistas em música, ‘Cavaleiro de Aruanda’ foi um dos momentos mais fortes do show Inclassificáveis.

 

Oxossi é um Orixá de muita energia e movimento. Isso é o que não falta em Ney. Desde 1973 quando estreou sua carreira como cantor nos Secos & Molhados, Ney também atuou como ator, coreógrafo, iluminador e diretor teatral. Mas, em se tratando de exercícios físicos engana-se quem pensa que o ágil artista dos palcos sempre se exercitou. Ele só começou a se exercitar após os 50 anos devido à reação que teve ao olhar um senhor que aparentava ter uns 80 anos, vestido apenas de sunga de praia, tênis e em plena forma física. “Era um dia de sol escaldante aqui na praia do Leblon e eu vi aquele homem que, apesar da pele enrugada, exibia em sua tez, músculos. Disse para mim mesmo: Eu quero ficar assim e vou me exercitar até o fim”. 

 

 

Completando hoje, 1º de agosto, 75 anos, Ney pratica exercícios físicos com seu personal trainer, desfruta de ótima forma física e continua rodando o Brasil com a turnê do show ‘Atento aos Sinais’ que vai até abril de 2017.  Axé! 

Fri

22

Jul

2016

Aos Orixás o céu, aos homens a terra

Um mito yorubá, narrado pelo saudoso Mestre Agenor Miranda dizia que quando Olódùmarè criou o universo, todos podiam transitar livremente entre o Òrun-céu e o Àiyé-terra. A proibição de trânsito e a separação dos dois mundos foram devidas a uma desobediência a Òsàlá, Òrìsá responsável pela criação dos seres humanos.

 

O mito contava que um casal ansioso por um filho procurou Òsàlá e lhe implorou a realização do desejo. A princípio, Òsàlá relutou em atender-lhes, mas devido a grande insistência, Òsàlá aceitou em ajudar-lhes, mas com uma condição: o menino deveria viver sempre no Àiyé e nunca poderia entrar no Òrun.

 

Como o casal aceitou a determinação de Òsàlá, logo a mulher engravidou e o menino nasceu forte e sadio. Já crescido, o menino era muito esperto e curioso, e seus pais, devido ao pacto com Òsàlá, escondiam dele a existência do Céu. Só que o pai do menino tinha uma plantação que avançava para dentro do Òrun, e quando saía para trabalhar na lavoura dizia que ia para outro lugar. O menino que andava desconfiado fez um furo no saco de sementes que o pai carregava para a plantação e seguiu a trilha das sementes até ao céu. Ao entrar no Òrun, foi preso pelos guardiões que lhe levaram a presença de Òsàlá. Òsàlá logo reconheceu o menino que dera àquele casal e, revoltado com a desobediência, bateu com muita força seu Òpá sóró (cajado sagrado) que atravessou todos os espaços do Òrun, criando assim a separação do infinito com a terra.

 

Depois do ocorrido, os Òrìsà passaram a morar no Òrun, os humanos no Àiyé, e só após a morte é que os espíritos retornam ao Òrun.

 

Axé!

 

 

 

Wed

20

Jul

2016

Aos Amigos

Hoje, 20 de julho, também é celebrado o Dia do Amigo.

Digo também, porque esta data é popularmente comemorada em 18 de abril. Para mim, amizade é para ser exaltada todos os dias. Mas como a data de hoje é especial eu rogo a Olódùmarè e a todos os Orixás que nos abençoem e estreitem sempre os nossos laços de amizades!

 

Dedico esta data a dois amigos bem especiais. Amigos esses que me acompanham desde que eu me entendo como gente. Eles são leais, zelosos e fascinantes. Eu sou filho de Oxalá com Oxum, mas costumo dizer que estes amigos também são meus pais. Em momentos de angústia, eles me consolam e me ajudam a superar as barreiras do destino. Mesmo que eu andasse milhas de joelhos, o pouco que faço por eles, não agradeceria as grandezas que fazem por mim. 

 

Obrigado meus pais e amigos, Tranca Ruas de Embaré e Boiadeiro Navizala!

 

Axé!

Wed

15

Jun

2016

Mercado B: culinária, arte e axé!

Nos dias 17, 18 e 19 de junho, um galpão de nove mil metros quadrados, que ocupava um supermercado na Barra da Tijuca, vai receber um evento de culinária e arte: O Mercado B.

 

O Mercado B é um evento alternativo que reuni gastronomia, artes plásticas, música e diversas atividades para crianças.

 

Alguns dos melhores restaurantes e food trucks do Rio de Janeiro receberão grandes chefs para criação de pratos que terão correlação com a obra dos melhores artistas plásticos e expositores do momento.

 

Expositores de arte como Afonso Tostes e Aderbal Ashogun, filho da Yalorixá Beata de Yemanjá, estarão expondo seus trabalhos interagindo com os restaurantes.

Afonso Tostes iniciou sua pesquisa acerca das formas estruturais orgânicas pela pintura, e mais tarde a escultura, vértebras, crânios, ossos e rótulas foram seus objetos de estudo e ganharam representação redimensionada em seus trabalhos.

Aderbal Ashogun é mestre premiado pelo Iphan por suas ações na preservação e manutenção da cultura afro-brasileira, Coordenador da Omo Aro Cia Cultural, desde 1992. Aderbal também é produtor cultural de eventos que tem como prioridade a manutenção e resgate do complexo cultural dos Orixás e dos povos de terreiros.

 

Amiga e admirada pelo chef francês Claude Troisgros, Kátia Barbosa, criadora do bolinho de feijoada, o petisco mais desejado da cidade, também confirmou presença. Kátia Barbosa ou Katita, como é conhecida, vende mais de quatro mil unidades do bolinho em seu restaurante, o Aconchego Carioca, na Praça da Bandeira.

O artista plástico Vik Muniz, reconhecido nos Estados Unidos por suas obras serem feitas com a mistura de restos de demolição e chocolate, por exemplo, estará junto com Claude Troisgros com criações inéditas.

 

Será possível também deslumbrar-se com a maestria do premiadíssimo artista plástico Carlos Vergara que estará entrosado com a criatividade da amazonense Natacha Fink que mescla ingredientes naturais da Amazônia com técnicas internacionais.

 

Os shows acontecerão no Sesc Palco. Pedro Luis, Donatinho, Julia Bosco e Jesuton já confirmarão presença.

Vala a pena conferir: Mercado B. Avenida das Américas 3650, Barra da Tijuca/RJ. Sexta-feira, das 16 às 22h. Sábado e domingo das 12 às 22h. Entrada gratuita.

Axé!

 

 

Fri

10

Jun

2016

O domingo dos namorados

Domingo, ótimo dia para passeio e namoro, ainda mais quando se comemora o dia dos namorados, como é o caso deste próximo domingo, 12 de junho.

 

Num clima de romance, carinho e desejo, os casais trocam flores, presentes e beijos. Os solteiros também querem desfrutar desta data, aplicando a simpatia, o sorriso e a sedução, para encontrar ou encantar alguém especial.

 

O momento é mágico, por isso selecionei alguns axés e magias, para dar uma ajudinha ao destino, colocando em prática o sentimento e a fé.

 

As cores:

As cores para este dia devem ser audaciosas e sensuais, então você pode usar o vermelho que atrai desejo, o amarelo que representa brilho, o rosa que atrai romance, o azul que estimula a sorte e o verde que potencializa a esperança e a realização.

 

Banho:

Cozinhe cascas de maçã com galhos de salsa, açúcar cristal e erva doce. Tome seu banho de asseio normal e jogue o banho cozido coado do pescoço para baixo.

 

Para aumentar a sensualidade:

Passe no seu corpo antes de sair, essência de verbena.

 

Para esquentar o rala e rola:

Pegue um punhado de açúcar cristal, uma pimenta dedo de moça e enterre num jardim fazendo seus pedidos.

 

Para encontrar alguém especial:

Passe no seu corpo um chumaço de algodão e coloque numa caixa de fósforo com uma bala de coco. Despache numa igreja aos pés de Santo Antônio.

 

Para casar:

Compre um par de alianças de bijuteria, coloque numa taça de champanhe e mentalize seus pedidos. Quando o casamento acontecer, enterre as alianças debaixo de uma árvore bem frondosa.

 

Então, faça tudo com muita fé e tenha um feliz dia dos namorados!

Axé!

 

 

 

 

Fri

03

Jun

2016

'Brasil: DNA África'

Nos meados do século XVI, no cais de Luanda, capital de Angola, os africanos escravizados eram obrigados antes de embarcar nos navios, a dar várias voltas em torno de um imenso Baobá, que era considerada a árvore do esquecimento. Aquele ato representava que todos estavam deixando ali suas crenças, origens e história, para depois serem batizados com uma nova identidade cristão-ocidental e enviados a diversos países.

 

Só para o Brasil foram trazidos mais de 4,9 milhões de africanos das etnias: bacongos, ambundos, benguelas, yorubás, jejes, minas, hauças, tapas e bornus.

 

A travessia do Atlântico, a bordo destas embarcações em condições sub-humanas, causou diversos traumas e uma significante ruptura na história das gerações seguintes que tinham apenas como referência uma ancestralidade escravocrata, sem definição de etnias. Este foi então o ponto de partida para o documentário Brasil: DNA África, uma produção da Cine Group com a Globo Filmes e a GloboNews. Sob direção de Mônica Monteiro, o filme investiga a origem dos afrodescendentes brasileiros no intuito de reconstruir a identidade de cada um.

 

Foram escolhidas 150 pessoas dos cinco estados brasileiros que mais receberam africanos no Brasil: Bahia, Rio de Janeiro, Maranhão, Minas Gerais e Pernambuco. Desses 150, foram selecionadas cinco de cada estado.

 

A proposta do documentário foi investigar a origem de cada um dos cinco escolhidos, por meio de três vertentes: histórica, cultural e científica. O filme proporcionou a todos uma viagem ao país de origem de seus descendentes e um contato direto com a etnia, fazendo estabelecimento com as raízes original de cada um.

 

O baiano Zulu Araújo foi quem estreou o projeto, saindo de Salvador direto para a República de Camarões para descobrir que carrega em seu sangue uma herança proveniente da comunidade tikar. Emocionado com essa descoberta, Zulu declarou que foi uma surpresa, “pensava, como muitos baianos, que era yorubá. Tive que refazer minha identidade em minha cabeça aos 62 anos”.

 

A carioca Juliana Luna também teve a oportunidade de viajar à Nigéria, passando por Lagos e Ilé Ifè, em encontro com sua raiz yorubá.

 

Já Raimundo Garrone foi direto do Maranhão para descobrir-se descendente do povo balanta, de Guiné-Bissau. O pernambucano Levi da Silva Lima por sua vez pegou o avião para Moçambique e encontrou-se com os makuas e, finalizando a série, o músico mineiro Sergio Pererê se encantou com a musicalidade do povo Mbundu, na Angola.

 

Para chegar ao resultado com precisão, os testes de DNA são levados a um laboratório em Washington, nos Estados Unidos, o African Ancestry, que mantém registrado em seus arquivos mais de 220 etnias africanas.

 

O diretor-geral do filme, Carlos Alberto Jr., reforça a importância de mostrar ao Brasil que o país foi colonizado também por africanos e não somente por portugueses. Atualmente, a população negra ultrapassa 50% dos habitantes do nosso país.

 

A produção ficará em cartaz até 16 de junho no Espaço Itaú de Cinema do Rio, São Paulo e Salvador.                                                                                                         Fontes: cinegroup e afreka

 

Lààyè nã ìyá Africa! (Salve a Mãe África!)

 

Axé!                                                   

 

 

 

 

Fri

13

May

2016

13 de maio, Salve a Umbanda! Saravá Pretos Velhos!

Hoje, a Lei Áurea sancionada pela Princesa Isabel completa 128 anos. Essa lei, que libertou milhares de africanos trazidos para o Brasil para trabalharem como escravos, contribuiu ao longo do tempo para a formação da atual sociedade.

 

Da senzala para as fazendas e casarões, os homens, as mulheres e as crianças passaram a se integrar ao coletivo. Como muitos deles eram sacerdotes de religiões africanas, seus costumes e fé também se integraram ao cotidiano brasileiro. Uma fé num Deus (Olórun-Olódùmarè) que distribui seu Axé (poder) em cada elemento da natureza.

 

Muitos desses sábios sacerdotes e sacerdotisas fundamentaram os alicerces das religiões afro-brasileiras. Nos dias atuais, vários deles são venerados como Ésà (espíritos ancestrais) no ritual do Ìpàdé, no Candomblé e Pretos Velhos, na Umbanda.

 

Na Umbanda, os Pretos Velhos são reverenciados com muito carinho e considerados como espíritos sábios, humildes e pacientes. Sentados num banquinho, que muitos deles chamam de “toco”, fumando cachimbo ou cigarro de palha os Pretos Velhos passam suas mensagens e orientações com zelo e ternura.

 

Conhecedores das mais diferentes mirongas-mandingas, os Pretos Velhos têm sempre uma resposta para cada problema. Seja defumando o consulente, chamado carinhosamente de “Zi-fio, filho”, dando passes ou lhes ensinando uma magia, todos saem com uma solução.

 

Os Pretos Velhos nos passam o exemplo de como o espírito pode crescer através da luz, da sabedoria e da humildade!

 

Salve o dia de hoje! Adorei as Almas! Saravá! Salve os Pretos Velhos!

Axé!

 

 

 

 

 

Tue

10

May

2016

Quinta-feira tem Omolokum Culinária de Terreiro

Ela é de Lógun Ède, por isso tem a sensibilidade de Òsun e a habilidade de Odé. Ele é de Òsàgiyán, o Senhor da inovação. Ambos são Omo Òrìsà, do Ilé Àse Ojú Oba Ògo Odó, dirigido pelo Bàbálórìsà Bira de Sàngó.

 

Leila Leão e Bruno Oliveira são unidos pela fé, arte e amor. Juntos são os produtores do evento Omolokum Culinária de Terreiro. O nome deriva-se da palavra yorùbá “Omolókun” (oferenda favorita de Òsun feita com feijão fradinho, camarão, cebola, dendê e ovos de galinha).

 

 O objetivo principal do espetáculo é destacar a culinária afro-brasileira acompanhada de boa música com influência africana.

 

As apresentações sempre começam expondo a correlação da moda atual com as roupas de terreiro, ressaltando também a experiência de Leila Leão na gastronomia através de pratos elaborados com ingredientes ligados diretamente à religião dos Òrìsà, como por exemplo: o azeite de dendê, que é utilizado na oferenda de diversos ÒrÌsà.

 

A música fica ao encargo de Bruno Oliveira que tem cargo de Onílù (tocador de tambores) e domina não só os tambores como também outros instrumentos de percussão. Bruno nos disse que dentro do espetáculo, ele faz o momento: “Dendê Sonoro”, uma releitura musical dos ritmos de Candomblé.

 

Omolokum Culinária de Terreiro é realizado uma vez por mês e, neste dia 12 de maio, completa sua 9ª edição. O evento reúne vários expositores, oferecendo uma vasta diversidade de produtos que vão desde moda a artesanatos.

 

Omolokum Culinária de Terreiro, nesta quinta-feira, a partir das 19h, na Fundição Progresso. Rua dos Arcos 24, Lapa/RJ.

 

 Nã ìgbágbó isé ni nã forití mú lo ìségun! (A fé, o trabalho e a perseverança conduzem à vitória!)

 

Axé!

 

 

 

Thu

05

May

2016

Final de semana com astral bem carioca

Neste final de semana, 07 e 08 de maio, acontecem no Centro e no berço da boemia carioca, a Lapa, três importantes movimentos culturais da cidade: O Festival Lapalê, a Feira do Lavradio e o Tiradentes Cultural.

 

O Festival Lapalê produzido por Leo Feijó ocupa a Praça dos Arcos, das 10 às 18 h, com lançamento de livros, músicas, debates, design, gastronomia, produção artesanal, incentivo à leitura e à reflexão sobre o governo, urbanismo e a Lapa que desejamos. O Festival Lapalê será no sábado e no domingo.

 

A Feira do Lavradio reúne mais de 400 expositores, oferecendo uma vasta diversidade de produtos de artesanatos e antiguidades. Localizada no Centro do Rio Antigo, a Rua do Lavradio comporta bares, restaurantes e muitos casarões antigos construídos quando o Brasil era colônia de Portugal. A feira que acontece todo o primeiro sábado de cada mês, a partir das 8h, costuma receber um público de 30 mil visitantes. Feira do Lavradio, sábado 07 de maio.

 

A Praça Tiradentes, palco da nossa história, foi inaugurada no século XVII. Ela era chamada de Campo dos Ciganos, justamente por ser ocupada por barracas deles. Foi em 1890 que a Praça ganhou seu nome atual, em homenagem ao centenário da morte de Tiradentes.  E é nesse ambiente histórico que acontece o Tiradentes Cultural. Produzido pelos administradores dos 14 espaços culturais do entorno da Praça, o evento conta com mais de trinta barracas gastronômicas, com muita música ao vivo, oficina de dança e teatro infantil.  Tiradentes Cultural, sábado 07/05, das 12 às 19h.

 

Então, neste final de semana tem muita diversão no Centro Histórico do Rio, com um astral bem carioca!

 

Axé!

Fri

29

Apr

2016

Os Orixás e o Dia Mundial da Dança

Hoje, 29 de abril, comemora-se o Dia Mundial da Dança. A dança é uma das mais antigas manifestações corporais do mundo.

 

No Candomblé, a dança está associada aos mitos dos Orixás. Um dos principais motivos do àjoyò Òrìsà (festa dos Orixás), chamado aqui no Brasil de siré Òrìsà (xirê dos Orixás, ou fazer festa, brincar para o Orixá), é dançar para os Orixás. 

 

O xirê é o momento em que através do som dos atabaques, dos cânticos e da dança, os Orixás são invocados para incorporarem nos omo-Orixás (filhos de santo) e para dançarem desfrutando da festa a eles oferecida.

 

Tanto os omo-Orixás quanto os próprios Orixás ao dançarem descrevem suas histórias e reproduzem  suas habilidades e força. A dança de Ogum, por exemplo, refere-se às lutas com espadas. Já Yansã, em uma cantiga especial, dança agitando os braços, fazendo referência à força dos ventos. Em outro momento, ela dança agitando o Ìrùkéré (um pequeno cetro com pelos). Ao agitar este cetro, Yansã demonstra que seu culto está associado à morte e aos ancestrais, por isso ela é considerada a rainha dos Eguns.

 

Então, a dança no Candomblé simboliza a harmonia do físico com o sagrado.

 

Em uma entrevista, Pierre Verger declarou à repórter do Le Monde, Véronique Mortaigne: “O Candomblé é uma religião rara, onde as divindades dançam e convivem com os humanos!”.

 

Como é bom dançar para os Orixás! (Wo dára jó fún nã Òrìsà!)

 

Axé!

Wed

27

Apr

2016

Billy Paul, uma voz com a potência de Xangô

Xangô, o senhor do raio e do trovão, é um Orixá enérgico e conquistador. Seus filhos desfrutam da ousadia e elegância do Orixá-rei.

O cantor Billy Paul tinha o encanto e a força de Xangô. Nada mais impressionante do que o estrondo de um trovão. A voz de Billy era possante. Ele ia do grave ao agudo numa notável naturalidade, tanto que admitia a influência de cantoras como Ella Fitzgerald e Nina Simone.

 

Em 1972 emplacou o seu maior sucesso: "Me and Mrs. Jones". Essa canção vendeu nos Estados Unidos dois milhões de cópias, lhe rendeu o Grammy, o disco de ouro, e o fez ser conhecido mundialmente. "Me and Mrs. Jones" também foi a música mais tocada em todo o mundo naquele ano, chegando a 12ª posição no início de 1973.

 

No ano de 1977, Billy Paul emplacou novo hit: “Only The Strong Survive” lançada em 1968 por Jerry Butler. Com estilo muito próprio, Billy fez da canção um sucesso do movimento que dominava a época, a “disco music”.

Outros grandes sucessos inesquecíveis também estiveram em primeiro lugar nas paradas: “July, July, July, July”, “Thanks for saving my life”, “When love is new”, “Let´em in”, “Lest’s make baby” e “Mrs Robinson”.

 

Billy gostava do Brasil, tinha grande admiração pela música brasileira e dizia-se fascinado pelas obras de Tom Jobim, Elis Regina e Jorge Ben Jor. Ele esteve várias vezes em nosso país fazendo grandes apresentações. Em 2012, veio ao Rio de janeiro e levou 25 mil pessoas ao Parque de Madureira. A sua última apresentação aqui foi em agosto do ano passado, quando se apresentou em São Paulo, no Festival Soul Mates.

 

Billy Paul faleceu no último domingo, aos 81 anos, em decorrência de um câncer no pâncreas.

 

Assim era Billy Paul, elegante e com a voz ao estilo de Xangô.

 

"Okùnrin oun wiwo kelulé wo ìwà!" (O homem é eternizado por suas qualidades!)

 

Axé!


 

 

 

Sat

23

Apr

2016

Salve Ogum! Salve Jorge!

Dia 23 de abril, dia de reverência a São Jorge na Igreja Católica e Ogum pela tradição dos antigos Umbandistas.

Conta a história da Igreja que São Jorge foi um soldado romano no exército do imperador Diocleciano, venerado como mártir cristão e que faleceu no dia 23 de abril de 303 d. C. em Nicomédia, Turquia. São Jorge é um dos santos mais venerados no catolicismo. É imortalizado na lenda em que mata o dragão.

Ogum é o Orixá dos caminhos, patrono da agricultura do povo Yorubá, por isso aqui no Brasil ele representa a luta pela sobrevivência. É o dono do ferro e de todos os utensílios feitos desse metal. Protege os maquinistas, motoristas, pilotos, engenheiros, mecânicos, lutadores de artes marciais, soldados e cirurgiões, já que o bisturi a ele pertence.

 

Os antigos Candomblecistas sincretizaram Ogum na Bahia a Santo Antônio; já no Rio de Janeiro, a São Jorge, o santo guerreiro.

 

As cores de Ogum no Candomblé são: azul-marinho e verde. Na Umbanda, branco, verde e vermelho.

 

Tanto na Igreja quanto no Terreiro o importante deste dia é aplicar a força da fé que transforma e realiza!

 

Festejos nas Igrejas:

Igreja de São Jorge

Sábado (dia 23) - Orações das 8h às 16h em palanque na Praça da República. A Igreja abrirá as portas a partir das 4h.

Missa comunitária no Domingo, às 10h.

Rua da Alfândega, esquina com Praça da República - Centro/RJ.

 

Igreja de São Jorge

Sábado (dia 23) - Celebração da alvorada às 5h

Orações de hora em hora, das 7h até às 16h.

Encerramento às 17h30min com a Benção do Fogo (rito pascal) seguida pela Procissão Luminosa pelas ruas do bairro.

Rua Clarimundo de Melo, n.769 – Quintino/RJ

 

Roteiro dos Terreiros pelo Agenafro:

Alvorada e Festa de Ogum da Cecapo a partir das 6h. Estrada Monte Formoso 591, Bairro Sacramento, São Gonçalo/RJ.

 

Festa de Ogum da Eceprab a partir das 7h. Travessa Pinto Telles 271, Praça Seca/RJ.

 

Festa de Ogum do Pai Oyá Ginde a partir das 13h. Rua Francisco Gifone 105, Campinho/RJ.

 

Irmandade Umbandista Luz de Aruanda, procissão para Ogum às 15h e toque às 17h. Rua Deputado Sá Rego L1, q75, Vila São Luiz, Duque de Caxias/RJ. Direção do Babalorixá Carlos de Oxum.

 

Festa de Ogum (Nkosi) do Pai Carlos de Kavungo, às 16h. Rua Marinalva Silva 9, Parque Fluminense, Belford Roxo/RJ.

 

68 anos de Fundação da Casa Espírita Caridade Eterna, às 20h. Travessa Bittencourt 23, Quintino/RJ.

 

Festa de Ogum do Pai Pontes de Odé às 20h. Rua Barbosa Du Bocage, L16, Q84, Parque Paulista, Duque de Caxias/RJ.

 

Inauguração do Axé de Festa de Ogum do Pai Clemente de Aira às 22h. Av. Nossa Senhora de Nazaré 8, Geneciano, Miguel Couto, Nova Iguaçu/RJ.

 

Festa de Ogum da Mãe Vanda de Oxossi, domingo às 15h. Rua Zulmira 265, Bairro Bela Vista, Nova Iguaçu/RJ.

 

Festa de Ogum do Pai Tuninho de Oxalá, domingo às 15h. Rua Obidos 356, Bento Ribeiro/RJ.

 

Festa de Ogum do Pai Junior de Oxaguian, domingo 15h. Rua José Ribeiro Barbosa 105, Jardim Redentor, Belford Roxo/RJ.

 

Pàtakori Ògún Ye!

Saravá, Ogum!

Salve, São Jorge!

 

Axé!

 

 

Thu

21

Apr

2016

Shows e feijoadas para festejar São Jorge no Rio de Janeiro

Neste sábado, dia 23 de abril, o Rio celebra duas manifestações culturais tipicamente cariocas: o Dia de São Jorge e o Dia Nacional do Choro. Para celebrar, a Secretaria Municipal de Cultura preparou uma programação gratuita ou a preços populares em suas lonas e centros culturais, entre eles os renovados Centro Cultural Municipal Prof. Dyla Sylvia de Sá, na Praça Seca, e a Areninha Carioca Hermeto Pascoal, em Bangu. Além disso, a Prefeitura do Rio é uma das patrocinadoras da Casa do Choro que promove o 7º Festival Nacional do Choro, na Praça Tiradentes. Este ano o festival homenageia os 70 anos do arranjador, compositor e pianista Cristóvão Bastos.

Tanto no Centro Cultural Municipal Prof. Dyla Sylvia de Sá, que terá show de Jorge Noé, quanto na Areninha Carioca Hermeto Pascoal, que recebe o grupo Som na Praça, a tarde do dia 23 será de samba com feijoada. Na Praça Seca, a homenagem a São Jorge é gratuita e, em Bangu, será cobrado ingresso de R$ 25,00.

Para celebrar o chorinho, a Lona Cultural João Bosco, em Vista Alegre, terá uma roda de chorões, a partir de 12h, comandada pelos bandolinistas Hamilton de Holanda e Joel Nascimento. A lona será o ponto final dos músicos que vão embarcar no Trem do Samba, que sai às 10h, da Central do Brasil. Participação do grupo Choro Suburbano. Em Santa Teresa, o Centro Cultural Municipal Laurinda dos Santos Lobo realiza vernissage da exposição Salve São Jorge 23, com curadoria do artista plástico Raimundo Rodriguez.

Na Praça Tiradentes, a Casa do Choro promove o 7º Festival Nacional do Choro. A programação começa às 12h e segue ao longo de toda à tarde com apresentações de Jorge Cardoso, Fernando César e Regional, Só Alegria, Mauro Senise e Gilson Peranzzetta. Além de Cristóvão Bastos que recebe homenagem de Luciana Rabello e Maurício Carrilho, também será prestado tributo a Dominguinhos na apresentação de Kiko Horta e Adelson Viana.

Axé!

 

Fonte: Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro

Wed

20

Apr

2016

O artesão e as saudações dos Orixás

Desde criança o pernambucano Antenor Júnior é um admirador das artes plásticas. Natural de Olinda, trabalhou fazendo figurinos para grandes quadrilhas de Festas Juninas que é um movimento folclórico tradicional muito forte naquele Estado.

 

Com o espírito aventureiro, em 2010 veio para o Rio de Janeiro trabalhar no ramo vestuário e começou a se interessar pela cultura afro. A paixão pelo artesanato e o interesse por produtos africanos fizeram Antenor Júnior desistir do trabalho formal e passar a investir em peças sacras como: oratórios e estandartes ligados aos santos católicos e aos Orixás. 

 

Adotando o codinome de Jr Alves, o artesão passou a pesquisar mais sobre os Orixás e descobriu uma nova modalidade de produzir as imagens dos Orixás. O seu maior diferencial foi a confecção de camisas com as saudações dos Orixás, já que no mercado o que predomina é a imagem deles. Essas camisas têm proporcionado sucesso e reconhecimento ao artesão.

 

Jr Alves se diz espiritualista, filho de Oxossi (Orixá da caça e da fartura) e a cada mês veste nas feiras, a camisa de um Orixá. Na foto de Sol Freitas ele aparece homenageando Ogum (Orixá reverenciado em abril). Jr Alves ressalta que a cada dia fica cada vez mais apaixonado pelas histórias dos Orixás por serem ricas em sabedoria e aprendizado.

 

O artista expõe seu trabalho nas feiras das ruas: General Glicério, do Lavradio e participa do Evento Omolokum Culinária de Terreiro, de Leila Leão. Em junho deste ano, Jr Alves estará na organização da Quadrilha Gonzagão da Feira de São Cristóvão, que também irá representar o Rio de Janeiro no Campeonato Nacional de Quadrilha no Pará, no mês de agosto.

 

Àìní tenumó tàwa ánira! (A necessidade desperta nossos dons!)

 

 

Axé!

Thu

10

Mar

2016

A reunião de Naná Vasconcelos e George Martin

Um brasileiro outro britânico, em comum, a paixão pela música despertada na infância. Naná Vasconcelos começou tocando tambor, bateria e berimbau. Muito cedo ganhou destaque em Pernambuco pela sua habilidade musical.  

Reconhecido na música brasileira e com grande prestígio internacional, Naná Vasconcelos venceu oito prêmios Grammy e foi eleito como o melhor percussionista do mundo pela revista americana de jazz Down Beat.

 Em 1968 participou da histórica apresentação de “Pra não dizer que não falei de flores” de Geraldo Vandré no Festival Internacional da Canção e trabalhou com Gilberto Gil, Caetano Veloso e Gal Costa. Gravou dois discos com Milton Nascimento e fez parte da gravação dos álbuns de Marisa Monte e da Banda Mundo Livre S/A. 

No exterior ele gravou com os grandes ícones do jazz, Miles Davis, Art Blakey, Tony Williams, Don Cherry e Oliver Nelson. Sempre usando instrumentos de percussão puramente nacionais, como o berimbau e a queixada de burro. Filho de Xangô e grande divulgador da cultura afro brasileira, Naná gravou no município de Cachoeira na Bahia, o documentário “Diário de Naná” com a Gaiaku Luiza da Nação Jeje Mahin. Foi abençoado pela Mãe de Santo e aclamado como um bom filho do Orixá da justiça.

O gênio que lançou os Beatles:

George Martin encantou-se pela música, quando assistiu a uma apresentação da Orquestra Sinfônica de Londres no salão da escola. Ainda jovem Martin foi contratado pela EMI e trabalhou com artistas como Shirley Bassey, Matt Monro e grupos de jazz de Johnny Dankworth e Humphrey Lyttelton. Martin também produziu gravações de comediantes como Bernard Cribbins e Peter Sellers. 

Em 1962 recebeu a visita de Brian Epstein, patrocinador de quatro rapazes que haviam sido rejeitados por todas as grandes gravadoras da Inglaterra. A princípio os considerou ruins de música, mas mesmo assim seguiu a intuição e assinou com os quatro, e os Beatles estouraram nas paradas de sucesso com “Love Me Do”. A partir daí, nasceria à banda e a parceria produtor-artista, mais bem-sucedida de todos os tempos. Após o fim dos Beatles, Martin foi produtor das Bandas Dire Straits, Rolling Stones e dos cantores Celine Dion e Sting.

Em 1997, Elton John pediu sua ajuda para produzir a regravação da música Candle in the Wind em versão feita para o funeral da princesa Diana.

 

Martin convenceu Elton a gravar exatamente como havia tocado na Abadia de Westminster. O resultado foi o 30º hit número 1 nas paradas produzido por Martin, um feito nunca antes alcançado por um produtor.

  Ao longo de sua carreira de mais de cinco décadas, George Martin produziu mais de 700 álbuns. Seu conhecimento técnico e gosto pela inovação, permitiram que produzisse sons inéditos  com equipamentos que músicos modernos considerariam primitivos.

 

De forma coincidente, Naná Vasconcelos e George Martin se tornaram referências musicais. E como a música é única mensagem captada por todos. Eles entraram juntos para a história como mitos musicais. 

Láàyè nã orin! (Viva a música!)

Axé!

 

 

 

 

Tue

08

Mar

2016

O encanto das Yabás e das Mulheres

Hoje, 8 de março, é celebrado no mundo inteiro o Dia Internacional da Mulher.  A data é comemorada num mês bem feminino, pois também em março, no dia 22, celebra-se o Dia Mundial da Água. A água e a mulher têm natureza parecida, pois ambas simbolizam emoções e fontes de vida.

 

Cada uma das Yabás (Orixás, Mães Rainhas) domina uma fonte própria de água como: rios, mares, lagos e cachoeiras.  Segundo os mitos, elas foram rainhas, princesas, guerreiras, mães e mulheres especiais. Estas divindades são nossas mães e fiéis protetoras. Elas nos acalantam e proporcionam confiança e disposição para vencermos os obstáculos.

 

O encanto das Yabás se manifesta nas mulheres, gerando vida, proporcionando generosidade e proteção. Através das palavras de conforto e incentivo, as mulheres direcionam as famílias para as realizações, ajudando assim, com sabedoria e sensibilidade, o mundo a valorizar o respeito pela vida e a promover a harmonia e o amor!

 

Parabéns a todas as mulheres!

Axé!

 

 

 

 

Wed

02

Mar

2016

INSCRIÇÕES ABERTAS!!!!

 

 Amigos,

 

muito obrigado pelo prestígio dado ao Seminário Orixás & Magias - Módulo 1, que será realizado no dia 09 de abril.

 

Recebemos muitas ligações para as inscrições que continuam sendo feitas pelo telefone: 2556-9009.

 

No valor já estão incluídos o coffee break e um fascículo.

 

 

Além de ser em frente ao metrô do Largo do Machado, há estacionamento privativo no local. 

 

As inscrições estarão abertas até o dia 01 de abril.

 

Aguardo vocês!

 

Axé!

 

 

Mon

29

Feb

2016

Salve o Rio Com Suas Tradições!

Nesta terça-feira, 01 de março, a cidade do Rio de janeiro completa 451 anos de sua fundação.  Cidade que já foi capital da Colônia, sede do Império, capital da República e foi palco de fatos importantes na história do nosso país.

 

Diz um antigo ditado popular que, o Rio é a caixa de ressonância do Brasil. Tudo que é feito ou criado aqui tem grande repercussão e tende ao modismo. Foram vários casos que despertaram interesse popular em nosso país como o da cultura afro que aqui se popularizou, através do samba e das religiões afro brasileiras.

 

No século XVIII, na Região Portuária e Central do Rio, existiam vários Terreiros de Candomblé. Esses Terreiros eram compostos por mulheres migrantes da Bahia, as “tias baianas”. Elas trouxeram o samba de roda que se mesclou com outros gêneros musicais já populares no Rio, como a polca, o maxixe, o lundu e o xote.  A partir do samba Pelo Telefone de Donga e Mauro de Almeida, composto em 1916 e gravado em 1917, o samba tornou-se sucesso e foi reconhecido como gênero musical.

 

Para a carnavalesca Rosa Magalhães, “o samba completa 100 anos neste ano com muita elegância e o Rio em seu aniversário está de parabéns, pois é a única cidade brasileira que tem um aeroporto com o nome de um compositor”. Rosa se refere ao Aeroporto Antônio Carlos Jobim. Tom Jobim era um carioca nato e compôs sambas maravilhosos em homenagem à cidade, como os clássicos: Garota de Ipanema, Samba do Avião, Só Danço Samba,  Ela é Carioca  e O Morro Não Tem Vez.

 

Axé, Rio!

 

 

Thu

25

Feb

2016

Mãe Stella promove Feira ao Desapego

Sempre dedicada às causas sociais, Mãe Stella promove o evento “Feira do Desapego”. Mais uma generosa ação objetivando celebrar o Outono que começa no dia 20 de março.

Estação do ano que sucede ao Verão e antecede o Inverno, o Outono é caracterizado por uma temperatura amena, pelo amarelar e queda das folhas das árvores, que se renovarão na estação seguinte.

Para os yorubás o Outono é um momento denominado de ìgbàògbó àsìkò: tempo de confiança, de cultuar o envelhecimento com sensatez. Período do ano de se libertar do que é supérfluo para que o viver torne-se mais leve e a renovação chegue a cada novo inverno. Linda oportunidade nos dada pela vida, para reflexão e celebração.

“Feira do Desapego” no Ilê Axé Opô Afonjá, dia 20 de março, das 10h às 18h. Rua Direita de São Gonçalo do Retiro 557, Cabula, Salvador/BA.

Ìgbàògbó sáà ewé èrùn! (Outono, tempo de folhas secas!)

Axé!

 

 

Thu

11

Feb

2016

20 anos sem Pierre Verger, o francês com sotaque baiano

Ontem, 11 de fevereiro completaram-se 20 anos da morte do francês Pierre Verger. Verger era fotógrafo, etnólogo e apaixonado pela cultura afro, em particular, pelo Candomblé. Esta paixão pelo Candomblé o levou a ser iniciado para Xangô pelas mãos de Mãe Senhora.  Mãe Senhora foi Yalorixá do Ilê Axé Opô Afonjá em Salvador (BA), no período de 1942 até 1967. Ela definia Verger, devido as suas várias viagens ao continente africano, como ‘intermediário’ entre a Bahia e a África. Em uma dessas viagens à África, Verger foi iniciado em Ifá e recebeu o titulo de Fátúmbí (ele que é renascido pelo Ifá).

 

Para o Ogan do Ilê Axé Opô Afonjá, do Rio de Janeiro, José Beniste, Pierre Verger foi um dos mais importantes divulgadores da cultura afro.  Depois de suas pesquisas e publicações o Candomblé passou a ser estudado como religião.  Verger, através de uma linguagem acessível, com imagens inéditas e extraordinárias, trouxe maior compreensão para o Candomblé.

 

Pierre Verger tem livros campeões em vendas como: “Notas Sobre o Culto aos Orixás e Voduns”, “Orixás” e “Fluxo e Refluxo do tráfico de escravos entre o golfo de Benin e a Bahia de Todos os Santos”. As suas obras elevaram a credibilidade e a imagem da cultura afro, auxiliando a sua aceitação na sociedade.

 

A dedicação à fotografia o fez declarar na exposição 'Le Messager', realizada em Paris, em 1933: "A fotografia permite ver o que não tivemos tempo de ver".

 

Suas fotografias, não só de Orixás como da sociedade de sua época, fazem sucesso nos dias atuais em exposições país a fora e estão disponibilizadas na casa onde ele morava e que abriga hoje a sede da Fundação Pierre Verger, situada no bairro de Vasco da Gama, em Salvador.

 

No período em que o Rio de Janeiro foi a capital da República, por diversas vezes Pierre Verger esteve no Rio, registrando através da fotografia a história e a cultura da cidade. Estas fotografias do Rio antigo estão na exposição “Rio Setecentista, quando o Rio virou Capital”, que vai até o dia 8 de maio, no Museu de Arte do Rio (MAR), que fica na Praça Mauá, no Centro do Rio.

 

É uma grande oportunidade de apreciar a obra do importante francês com ‘sotaque’ baiano entusiasta pela cultura afro-brasileira, que nos deixou há vinte anos.

 

"O bom nome eterniza o homem!" (Náà dára orúko àìlópin náà okùnrin!)

 

Axé!

 

 

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Fri

05

Feb

2016

Não se Esqueça de Exu no Carnaval

Exu saiu para fazer o xirê (brincadeira), vestiu-se de colorido, colocou um eketé (gorro) na cabeça, acendeu um charuto (ikòkótabá) e bebeu um gole do seu ogorogò (conhaque).

 

Exu estava odará (bonito) e foi para rua. Sua missão era fiscalizar aqueles que se esqueceram de lhe ofertar jeun (comida) em troca de proteção.

 

No caminho, Exu encontrou uma linda mulher e perguntou qual era o nome dela. Ela respondeu que ele poderia chamá-la de Maria. Exu que tudo sabe, retrucou que aquele não era o nome dela. Foi então que ela argumentou que Maria era um nome adequado à mulher, pois lembrava mãe, afeto e proteção feminina. Mas se ele não gostasse poderia chamá-la de Pombagira, "a mulher dama", e ir tratando-a como tal!

 

Exu que é esperto foi logo oferecendo o braço, que ela aceitou prontamente. E saíram os dois de braços dados pela rua. Como Exu já lhe falara do seu propósito, passaram então os dois a proteger os que fizeram oferendas e a pregar peças naqueles que se esqueceram de fazê-las.

Como era carnaval muitos foram penalizados.

 

Moral da história: Não se pode sair às ruas, principalmente no Carnaval, sem pedir proteção a Exu. Neste período, Exu está em total liberdade de suas funções. Portanto se você vai sair para brincar carnaval não se esqueça de Exu. Agrade-o para que você se livre de coisas ruins.

 

Banho para proteção de carnaval:

Manjericão e saião. Macere(esfregue) em um balde com água limpa, coe e jogue da cabeça aos pés.

 

Oferenda para proteção:

Quando sair para rua, leve 7 moedas, 1 cebola e 1 carretel de linha vermelha. Numa encruzilhada, parta a cebola em quatro partes e arrie no canto. Passe as moedas pela cabeça e coloque em volta da cebola. Pegue o carretel de linha e desenrole por cima da cebola, pedindo a Exu que desenrole toda negatividade do seu caminho e lhe dê proteção.

 

Faça com fé e Tenha um bom carnaval!

 

 

Axé!

Thu

04

Feb

2016

O Axé das Antigas Baianas no Carnaval

Segundo Nei Lopes e Luiz Antonio Simas, autores do Dicionário da História do Samba, os fatos comprovam que não se pode desassociar a relação entre as antigas escolas de samba das religiões afro. As “Tias” (antigas baianas) eram iniciadas no Candomblé e levavam para essas escolas palavras usadas nos rituais, como por exemplo, o termo barracão, que passou a designar os galpões que abrigam as fantasias e alegorias das escolas de samba. Por sua vez, as quadras eram chamadas de terreiro e dedicadas a um Santo católico ou Orixá correspondente devido à repressão que existia na época sobre o Candomblé.

 

Hoje, com maior liberdade de expressão, muitos Babalorixás, Yalorixás e seguidores da Umbanda e do Candomblé são ligados ao samba e preservam os costumes das antigas ”Tias”. Muitos enredos são feitos em referência aos Orixás, demostrando assim, a infinita ligação cultural do samba com as religiões afro.

 

Neste ano de 2016, Escolas do Grupo Especial e da Série A estão com enredos pautados nos Orixás.

 

A Estácio de Sá vem com o enredo “Estácio de Sá, Salve Jorge! O guerreiro na fé". O enredo vai mostrar o Santo Guerreiro no cotidiano do povo do Rio, correlacionado com Ogum, o Orixá das lutas.

 

O Salgueiro traz para a Avenida a “A ópera dos malandros”, onde além de exaltar a malandragem natural atribuída ao carioca, diz na letra do samba: “Laroiê, mojuobá, axé! Salve povo de fé, me dê licença! Eu sou da rua e a lua me chamou”. Aqui são reverenciados Exu, o Orixá dos caminhos e a entidade Malandro, dos Terreiros de Umbanda.

 

A Mangueira vem com o enredo “A Menina dos olhos de Oyá” homenageando Maria Bethânia que completa 50 anos de carreira. Oyá, também chamada de Yansã, é o Orixá que controla os ventos e as tempestades e é o Orixá da cantora.

 

Já na Série A, a Escola Acadêmicos do Cubango traz “Um Banho de Mar a Fantasia” que fala da fértil imaginação humana que tudo sacraliza. Em um momento, o enredo fala da relação de Oxalá com a lavagem do Bonfim, do balaio de Oxum e da fé em Yemanjá.

 

De novo Ogum é homenageado. A Alegria da Zona Sul mostra no enredo “Ogum” toda a força e importância desse poderoso Orixá.

 

O enredo da Caprichosos de Pilares “Tem Gringo no Samba” reverencia Tia Ciata que era iniciada no Candomblé e a fé em São Jorge relacionado a Ogum.

 

A Escola Renascer de Jacarepaguá mostra o enredo "Ibejís nas Brincadeiras de Criança: os Orixás que viraram Santos no Brasil". Uma amostra dos Orixás Gêmeos que protegem as crianças, que na Umbanda recebe o nome de Ibejada e é festejada no dia de São Cosme e São Damião.

 

A Unidos do Viradouro traz “O Alabê de Jerusalém, a saga de Ogundana”, um africano nascido na cidade de Ifé na Nigéria, responsável pela música na tribo dos yorubás.

 

Então, certamente as “Tias” estão felizes no Òrun (céu) vendo gerações e gerações seguirem seus legados.

 

Láàyè nã ayò! (Viva a alegria!)

 

Axé! 

 

 

Mon

01

Feb

2016

HOJE, A FESTA É NO MAR!

Ela é uma Àyaba (Mãe Rainha)

e um dos mais cultuados Orixás,

não é brincadeira a rima,

mas ela é Yemanjá, a grande mãe,

senhora de todas as águas e protetora da família.

 

Tema de músicas e poesias, Yemanjá é celebrada em duas grandes ocasiões: hoje, dia 02 de fevereiro e também no final do ano, durante o Réveillon.

Na Bahia, na cidade de Salvador, a tradicional Festa de Yemanjá do dia 02 de fevereiro do Bairro do Rio Vermelho, começou em 1923. Diante a escassez de peixes, os pescadores passaram a realizar oferendas para Yemanjá pedindo fartura e mar tranquilo.

No Rio de Janeiro o costume das Festas a Yemanjá no Réveillon começou com os praticantes da Umbanda, que iam às praias para saudar a chegada do novo ano com oferendas para Yemanjá. A partir daí, tornou-se um hábito os Terreiros levar seus adeptos para as praias para fazerem as “Giras” (danças e cânticos em louvor as Entidades e Orixás) na passagem do ano.

O fato é que a bela Mãe de todas as águas é muito amada e muito festejada.

Roteiro das festividades:

Salvador:

Alvorada às 5h, na Colônia de pescadores Z1, na Praia do Rio Vermelho, na Casa de Yemanjá, com entrega dos presentes nas embarcações a partir das 7h.

Rio de Janeiro:

Presente de Yemanjá do Afoxé Filhos de Gandhi do Rio de Janeiro, dia 02/02, com concentração às 9h na Cinelândia.

 

Presente de Yemanjá do Afoxé Estrela D’Oyá, dia 02/02, com concentração às 9h, na Av. Mém de Sá 37, Lapa.

 

Presente de Yemanjá do Ilé Axé Oyá Onira, dia 02/02, às 17h na Praia de Charitas, em Niterói.

 

22º Presente a Yemanjá em Sepetiba, dia 21/02, às 9h, na Praia do Recôncavo, em Sepetiba.

 

Odò Ìyá!

 

Salve, Yemanjá!

 

 

Axé!

Mon

11

Jan

2016

Previsões 2016 - Oxalufan e Yemanjá

Thu

07

Aug

2014

Os Agudás

Nos séculos XVIII e XIX quando os escravos trazidos do antigo Dahomé (atual Benin) eram libertos e retornavam para terra natal eram chamados pelos seus conterrâneos de agudás. A palavra agudá deriva de “ajuda”, nome português da cidade de Uidá.

 

Os agudás chegavam à África batizados com os sobrenomes dos antigos senhores daqui, do Brasil. No entanto, sua fé mesclava suas divindades com santos católicos. Eles levavam novos conhecimentos sobre agricultura, hábitos alimentares (como comer mandioca) e receitas culinárias (como a feijoada, a cocada ou o cozido).  Já em outras iguarias, os agudás mantiveram a tradição como é o caso do bolinho de massa de feijão, chamado em língua fon de atá. O atá é nosso acarajé que em yorubá chama-se àkàrà. No Benin, o atá é frito em óleo comum, não é aberto como aqui no Brasil e não leva nenhum recheio.

 

Os agudás reproduziram festas tradicionais como a dança da burrinha que tem forma semelhante ao bumba-meu-boi brasileiro. Eles também comemoram o carnaval, mas no final do mês de janeiro. O carnaval é seguido da festa ao Senhor do Bonfim deixando claros os laços culturais que aproximam o Brasil da África.

 

 Evocação Fon: Avolun Lisa! (Salve o Senhor da Criação!)

Sat

02

Aug

2014

Os Orixás da Saúde

São habituais no mês de agosto as reverências aos Òrìsà’s Omolu-Obalúwáiyé. Estes Òrìsà’s pertencem ao grupo dos Irúmolè’s ou Onílè’s (os donos da terra). Os Onílè’s são divindades responsáveis por tudo que o àiyé (a terra) nos oferece através das matas, da agricultura e dos metais retirados do solo. Os principais Onílè’s são: Ògún, Onilé, Òsòósí, Òko, Òsányìn, Lógun Ède, Omolu-Obalúwáiyé, Ìrókò, Nàná e Òsàgiyán.

 

 

Além da sua força sobre a terra, Obalúwáiyé é o Òrìsá dominador de todas as doenças. É ele que controla a evolução das doenças junto com outro Òrìsà Onílè: Òsányìn. Òsányìn tem o àse (força) que vem da terra através das ewé’s (folhas) e conhece todas as ervas litúrgicas e medicinais.

 

 

Para os Yorubás as curas das doenças baseiam-se nos poderes das folhas-remédio de Òsányìn e no poder controlador de Obalúwáiyé sobre as doenças.

 

 

Òbalúwáiyé ni wósán Òsányìn na ìrànlówó (Obalúwáiyé tem a cura e Òsányìn, o remédio).

 

 

Ter saúde é uma benção.

 

 

Salve Obalúwáiyé! Salve Òsányìn!

 

Axé!

Thu

29

May

2014

Mistérios e Lendas do Abaeté

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Mon

10

Feb

2014

Workshop - União das Mentalizações para a Abertura dos Caminhos

Mentalização Positiva
Mentalização Positiva

 

Às vezes, de uma hora para outra você encontra-se desanimado e questionando o porquê de não conseguir concretizar os seus objetivos, ou mesmo, quando consegue, o porquê disso acontecer somente através de muito esforço, dedicação e luta.

 

Nessa primeira ocasião, você será convidado a participar de um momento de reflexão positiva e motivacional, como um primeiro impulso e incentivo para ingressar numa nova jornada da vida.  Através de uma técnica espiritual direta e compreensível, você aprenderá a acalmar a mente, minimizando suas dúvidas e angústias.

 

Além disso, você irá entender, por exemplo, por que para uma pessoa de Áries (horóscopo da liderança) sob a proteção de Nanã (Orixá da sabedoria) tudo acontece de forma lenta, onde muitas das vezes, a insegurança emperra a iniciativa. Em contrapartida, você aprenderá como e o que fazer para equilibrar essas energias, de forma mais consciente e inspirada.

 

Esse Workshop tem como finalidade apurar o magnetismo da FÉ intrínseca de cada um, através do equilíbrio Horóscopo-Orixá, exaltando as qualidades e lapidando os defeitos em prol de atitudes realizadoras.

 

Aprenda a positivar suas ações através do conhecimento do poder da mentalização, sob a harmonia corpo-mente-espírito! 

 

Informações pelo e-mail.

 

Mon

30

Sep

2013

A TRADIÇÃO JEJE: O VODUN JEJE SOGBO E A PROVA DE SO (ZÔ)

SOGBO
SOGBO

 

A tradição dos povos fons, que aqui no Brasil foram chamados de Adjeje, Ajeji ou Jeje pelos yorubás, requer um longo confinamento quando na época de iniciação. Essa tradição Jeje exigia de 06 (seis) meses até 01 (um) ano de reclusão, de modo que o novo vodunsi aprendesse as tradições dos Voduns: como cultuá-los, manter os espaços sagrados, cuidar das árvores, saber dançar, cantar, preparar as comidas e um artesanato básico necessário a implementos materiais dos diferentes assentos, ferramentas e símbolos necessários ao culto.

 

Para os povos Jeje, os Voduns são serpentes que tem origem no fogo, na água, na terra, no ar e ainda tem origem na vida e na morte. Portanto, a divindade patrona desse culto é Dan ou  Dangbé a "Serpente Sagrada". Para realizar este ritual Jeje é imprescindível muito verde e grandes árvores, pois muitos Voduns têm seus assentos aos pés destas árvores daí muitos terreiros de Jeje serem denominados de Humpame, que são extensas áreas de terras com muitas plantações e árvores (atinsas). Atinsas são as árvores onde são feitos os assentamentos dos Voduns. Cada Vodun tem a sua árvore própria, pois é ali que ele se manifesta e concentra o seu poder.

 

Outra particularidade deste culto é que quando as vodunsis estão em transe ou incorporadas com seu Vodun, os olhos permanecem abertos, ou seja, os Voduns Jeje abrem os olhos, diferente dos Orixás dos yorubás, que mantem os olhos sempre fechados. Os Voduns Jeje falam, alguns até fumam um cachimbo especial.

 

É comum no culto Jeje provar o poder dos Voduns quando estes estão incorporados em seus iniciados. Uma destas provas é a prova chamada Prova do So (lê-se: Zô) ou Prova do Fogo do vodun Sogbo (um Vodun que assemelha-se ao Xangô do Yorubás por comandar os raios e as lavas vulcânicas). Sogbo é irmão de Akorombe, que comanda a temperatura da terra, fazendo os rios transbordarem e cair granizo. Outro vodun importante do So=Zô(fogo) e do grupo das divindades do trovão é Hevioso. Este Vodun é considerado pelos povos Jejes como um Akovodun (ancestral fundador de famílias).

 

Na Prova do So=Zô, num determinado momento entra no salão uma panela de barro, fumegante, exalando cheiro forte de dendê borbulhante, contendo dentro alguns pedaços de ave ofertada para o vodun. Sogbo adentra o salão com fúria de um raio, os olhos bem abertos e tomando a iniciativa vai até a panela, onde mergulha as mãos por algum tempo. Em seguida, exibe para todos os pedaços da ave. É um momento de profunda emoção gerando grande comoção por parte dos outros iniciados que respondem aquele ato entrando em estado de transe com seus Voduns.

Benoi, ao Dan Kolonfe!

 

Mon

22

Jul

2013

AS PALAVRAS JEJE NA FORMAÇÃO DO CANDOMBLÉ

Mapa - Cultura Jeje
Mapa - Cultura Jeje

 

A cultura Jeje vinda do Antigo Dahomé, que antes abrangia o Togo e fazia fronteira com o país de Gana é, sem dúvida, uma das maiores contribuições culturais deixadas pelos negros fons ao Brasil.


Estes povos Ajeji (lê-se: Jeje) que em yorubá significaestrangeiros como eram chamados pelos yorubás, estabeleceram fundamentos nos seguintes lugares: Salvador, Cachoeira de São Félix (Bahia), Recife (Pernambuco) e São Luís (Maranhão). Os yorubás também eram chamados de forma pejorativa pelos yorubás de Anago (lê-se: Nagô).

 

Durante um período, houve uma influência muito grande da cultura yorubá em todas as outras etnias. A junção dos yorubás com os Jejes resultou na cultura chamada de: Jeje-Nagô ou Culto Nagô-Vodun. Vodun é o nome das divindades da cultura Jeje.


Dentre as tribos que falavam o ewe, fon e gbe ou línguas Jejes destacaram-se as tribos: Gan, Fanti, Axanti, Mina e Mahin. Sendo este último o que teve maior destaque sobre as demais culturas Jeje, no Brasil.


A influência Jeje na formação do Candomblé, aqui, no Brasil, é notório. O barco de Ìyàwó (esposa, em yorubá) ou iniciados no Brasil tem os nomes compostos por palavras Jejes: Dofono, Dofonitin, Fomo, Fomutin, Gamu, Gamutin e Vimu, Vimutin.


A palavra Ekedi (auxiliar) também é de origem Jeje. Aqui, no Brasil, Ekedi é um cargo religioso determinado às mulheres que auxiliam as Ìyálórìsà’s ou Bàbálórìsà’s. Em yorubá, este cargo é denominado de Àjòìyè e na Nação de Angola, de Makota.


Outras palavras Jeje foram incorporadas não só ao Candomblé como também ao nosso dia-a-dia, como por exemplo: Acassá, “faca” que no original ewe é escrita com “K” em vez de “C”. Outra palavra Jeje que ficou no nosso cotidiano foi a palavra “tijolo” que em ewe é Tijoló.

Sun

28

Apr

2013

NAÇÃO JEJE

Origem do Candomblé
Origem do Candomblé

· Origem da palavra JEJE

 

 

A palavra JEJE vem da palavra yorubá: "adjeje" que significa: estrangeiro, forasteiro. Sendo assim, em termos políticos, não existe e nunca existiu nenhuma nação Jeje. O que é chamado de nação Jeje é o candomblé formado pelos povos fons vindo da região de Dahomé e pelos povos mahins.

 

Jeje era o nome que os yorubás davam, de forma pejorativa, para as pessoas que habitavam o leste. Enquanto os mahins eram uma tribo do lado leste, Saluvá ou Savalu eram povos do lado sul.

 

O termo Saluvá ou Savalu, na verdade, vem de Savê que era o lugar onde se cultuava Nanã. Nanã, uma das origens das quais seria Bariba, uma antiga dinastia originária de um filho de Oduduá, que é o fundador de Savê (tendo neste caso a ver com os povos fons).

 

Por outro lado, Abomei ficava no oeste, enquanto Axantis era a tribo do norte. Todas essas tribos eram de povos Jeje.

 

 

· Origem da palavra DAHOMÉ

 

 

A palavra DAHOMÉ, tem dois significados.

 

O primeiro está relacionado com um certo Rei Ramilé que se transformava em serpente e morreu na terra de Dan. Daí ficou "Dan Imé" ou "Dahomé", ou seja, aquele que morreu na Terra da Serpente. Segundo as pesquisas, o trono desse rei era sustentado por serpentes de cobre cujas cabeças formavam os pés que iam até a terra. Esse seria um dos significados encontrados: Dan = “serpente sagrada” e Homé = “a terra de Dan”, ou seja, Dahomé = “a terra da serpente sagrada”.

 

Acredita-se ainda que o culto à Dan é oriundo do antigo Egito. Ali começou o verdadeiro culto à serpente, onde os Faraós usavam seus anéis e coroas com figuras de cobra. Encontramos também Cleópatra com a figura da cobra confeccionada em platina, prata, ouro e muitos outros adornos femininos. Então, posso dizer que este culto veio descendo do Egito até Dahomé.

 

 

· Dialetos falados

 

 

Os povos Jejes se enumeravam em muitas tribos e idiomas, tais como: Axantis, Gans, Agonis, Popós, Crus, etc. Desta forma, teríamos dezenas de idiomas para uma tribo só, ou seja, todas eram Jeje, o que foge evidentemente às leis da linguística - muitas tribos falando diversos idiomas, dialetos e cultuando os mesmos Voduns. As diferenças vinham, por exemplo, dos Minas - Gans ou Agonis, Popós que falavam a língua das Tobosses (que a meu ver, existe uma grande confusão com essa língua).

 

 

· Os primeiros no Brasil

 

 

Os primeiros negros Jeje chegados ao Brasil entraram por São Luís do Maranhão e de São Luís desceram para Salvador, Bahia e de lá para Cachoeira de São Félix. Também ali, há uma grande concentração de povos Jeje. Além desses locais, o Amazonas e bem mais tarde o Rio de Janeiro, foram lugares aonde encontram-se evidências desta cultura.

 

 

· Classificação dos Voduns

 

 

Muitos Voduns Jeje são originários de Ajudá. No entanto, o culto desses voduns só cresceu no antigo Dahomé. Lamentavelmente, alguns desses Voduns não se fundiram com os orixás nagos e desapareceram totalmente. O culto da serpente Dãng-bi é um exemplo, pois ele nasceu em Ajudá, foi para o Dahomé, atravessou o Atlântico, chegando até as Antilhas.

 

Quanto à classificação dos Voduns Jeje, por exemplo, no Jeje Mahin tem-se a classificação do povo da terra, ou os voduns Caviunos, que seriam os voduns Azanssu, Nanã e Becém. Ague, Azaká é também um vodun Caviuno.

 

Temos também o vodun chamado Ayzain que vem da nata da terra. Este é um vodun que nasce em cima da terra. É o vodun protetor da Azan, onde Azan quer dizer "esteira", em Jeje. Achamos em outro dialeto Jeje - o dialeto Gans-Crus - também o termo Zenin ou Azeni ou Zani e ainda, Zoklé.

 

Novamente, sobre os voduns da terra, encontramos Loko. Ele apesar de estar ligado aos astros e a família de Heviosso, também está na família Caviuno. Isto porque Loko é a árvore sagrada; é a gameleira branca, que é uma árvore muito importante na nação Jeje. Seus filhos são chamados de Lokoses.

 

A família Heviosso é encabeçada por Badë, Acorumbé, também filho de Sogbô, chamado de Runhó. Já Mawu-Lissá seria o orixá Oxalá dos yorubás. Sogbô também tem particularidade com o Orixá em Yorubá, Xangô, e ainda, com o filho mais velho do Deus do trovão que seria Averekete, que é filho de Ague e irmão de Anaite.

 

Anaite seria uma outra família que viria da família de Aziri, pois são as Aziris ou Tobosses que viriam a ser as Yabás dos Yorubás, achamos assim Aziritobosse. Toda essa exposição é sobre o povo Jeje, de um modo geral, não especificamente do Mahin.

 

Como relatei, Jeje era um apelido dado pelos yorubás. Na verdade, esta família, ou seja, nós que pertencemos a esta nação deveríamos ser classificados de povo Ewe, que seria o mais certo. Ewe-Fon seria a nossa verdadeira denominação. Nós seríamos povos Ewe ou povos Fons. Então, se fôssemos pensar em alguma possibilidade de mudança, nós iríamos nos chamar, ao invés de nação Jeje, de nação Ewe-Fon. Somente assim estaríamos fazendo jus ao que é encontrado em solo africano. Jeje é um apelido, mas assim ficamos para todas as nossas gerações classificados como povo Jeje, em respeito aos nossos antepassados.

Continuando com algumas nomenclaturas da palavra Ewe-Fon, por exemplo, a casa de candomblé da nação Jeje chama-se Kwe = "casa". A casa matricial em Cachoeira de São Félix chama-se Kwe Ceja Undé.

 

Toda casa Jeje tem que ser situada afastada das ruas, dentro de florestas, onde exista espaço com árvores sagradas e rios. Depende das matas, das cachoeiras e depende de animais, porque o Jeje também tem a ver com os animais. Existem até cultos com os animais tais como, o leopardo, crocodilo, pantera, gavião e elefante que são identificados com os voduns. Então, este espaço sagrado, este grande sítio, esta grande fazenda onde fica o Kwe chama-se Runpame, que quer dizer "fazenda" na língua ewe-fon. Sendo assim, a casa chama-se Kwe e o local onde fica situado o candomblé, Runpame.

 

No Maranhão predomina o culto às divindades como Azoanador e Tobosses e vários Voduns onde a "sacerdotisa" é chamada Noche e o cargo masculino, Toivoduno.

 

 

· Os fundadores

 

 

Voltando a falar sobre "Kwe Ceja Undé", esta casa como é chamada em Cachoeira de São Félix de "Roça de Baixo" foi fundada por escravos como Manoel Ventura, Tixerem, Zé do Brechó e Ludovina Pessoa.

 

Ludovina Pessoa era esposa de Manoel Ventura, que no caso africano é o dono da terra. Eles eram donos do sítio e foram os fundadores da Kwe Ceja Undé. Essa Kwe ainda seria chamada de Pozerren, que vem de Kipó, "pantera".

 

Segue um pequeno relatório dos criadores do Pozerren Tixarene que seria o primeiro Pejigan da roça; e Ludovina, pessoa que seria a primeira Gaiacú.

 

A roça de cima que também é em Cachoeira é oriunda do Jeje Dahomé, ou seja, uma outra forma de Jeje. Estou falando do Mahin, que era comandada por Sinhá Romana que vinha a ser "Irmã de santo" de Ludovina Pessoa (esta última mais tarde assumiria o cargo de Gaiacú na Kwe de Boa Ventura). Mas, pela ordem temos Manoel Ventura, que seria o fundador, depois viria Sinhá Pararase, Sinhá Balle e atualmente Gamo Loko-se.

 

O Kwe Ceja Undé encontra-se em controvérsia, ou seja, Gamo Loko-se é escolhida por Sinhá Pararase para ser a verdadeira herdeira do trono e Gaiacú Agué-se, que seria Elisa Gonçalves de Souza, vem a ser a dona da terra atualmente. Ela pertence à família Gonçalves, os donos da terra. Assim, temos os fundadores da Kwe Ceja Undé.

 

Aqui, no Rio de Janeiro, saindo de Cachoeira de São Félix, Tatá Fomutinho deu obrigação com Maria Angorense, conhecida como Kisinbi Kisinbi.

 

Uma das curiosidades encontradas durante minha pesquisa sobre Jeje é o que chamamos de Deká, que na verdade vem do termo idecar, do termo fon iidecar, que quer dizer "transmissão de segredo". Esse ritual é feito quando uma Gaiacú passa os segredos da nação Jeje para futura Gaiacú pois, na nação Jeje não se tem notícias, que possa ter havido "Pai de santo". O cargo de sacerdotisa ou "Mãe de santo" era exclusivamente das mulheres. Só as mulheres poderiam ser Gaiacús.

 

 

· Ogans

 

 

Os cargos de Ogan na nação Jeje são assim classificados: Pejigan que é o primeiro Ogan da casa Jeje. A palavra Pejigan quer dizer “Senhor que zela pelo altar sagrado”, porque Peji = "altar sagrado" e Gan = "senhor". O segundo é o Runtó que é o tocador do atabaque Run, porque na verdade os atabaques Run, Runpi e Lé são Jeje. No Ketu, os atabaques são chamados de Ilú. Há também outros Ogans como Abajigan, Gaimpe, Pejigan, Sojatin, Hunto, Hondeva, Hundevi e outros.

 

Podemos ver que a nação Jeje é muito particular em suas propriedades. É uma nação que vive de forma independente em seus cultos e tradições de raízes profundas em solo africano e trazida de forma fiel pelos negros ao Brasil.

 

 

· Mina Jeje

 

 

Em 1796, foi fundado no Maranhão o culto Mina Jeje pelos negros fons vindos de Abomey, a então capital de Dahomé, como relatei anteriormente, atual República Popular de Benin.

 

A família real Fon trouxe consigo o culto de suas divindades ancestrais, chamados Voduns e,principalmente, o culto à Dan ou o culto da Serpente Sagrada.

 

Uma grande Noche ou Sacerdotisa, posteriormente, foi Mãe Andresa, última princesa de linhagem direta Fon que nasceu em 1850 e morreu em 1954, com 104 anos de vida.

 

Aqui, alguns nomes dos Deuses Voduns:

 

Ayzan

Vodun da nata da terra

Sogbô

Vodun da família de Heviosso

Aguê

Vodun da folhagem

Loko

Vodun do tempo e da árvore sagrada Jeje

 

 

·Curiosidades

 

 

*Os vodunses da família de Dan são chamados de Megitó, enquanto que da família de Kaviuno, do sexo masculino, são chamados de Doté; e do sexo feminino, de Doné.

 

*Os cumprimentos ou pedidos de bençãos entre os iniciados da família de Dan seria “Megitó Benoí?” Resposta: “Benoí”; e aos iniciados da família Kaviuno, ou seja, Doté e Doné seria “Doté Ao?” Resposta: "Aótin".

 

*O termo usado "Okolofé", cuja resposta é "Olorun Kolofé" vem da fusão das Nações de Jeje e de Ketu.

 

Algumas palavras do dialeto ewe:

  

esin  

água

Atinsa ou atinçá

árvore

agrusa

porco

kpo

pote

ou izó

fogo

avun

cachorro

nivu

bezerro

bakuxé

prato de barro

kotutó

espírito

yan

fio de contas

vodunsi

filho do Vodun ou iniciado da Nação Jeje

ìyàwó

filho do Orixá ou iniciado da Nação Ketu

muzenza

filho do Nkise ou iniciados da Nação Angola

banho de rio no Jeje

zandro

cerimônia Jeje

sidagã

auxiliar da Dagã na Cerimônia a Legba

zerrin

ritual fúnebre Jeje

sarapocã

cerimônia feita 07(sete) dias antes da festa pública de apresentação do(a) iniciado(a) no Jeje

sabaji

quarto sagrado onde fica os assentos dos Voduns

runjebe

colar de contas usado após 07(sete) anos de iniciação

runbono

primeiro filho iniciado na Casa Jeje

rundeme

quarto onde fica os Voduns

ronco

quarto sagrado de iniciação

bejereçu

cerimônia de matança

aban

prato

arekun

feijão

badekun

milho

dan

cobra

devu

roupa

frevin

quiabo

gan

ferro

gonzen

quartinha

humgbe

segredo

hunyi

nome

kwe

casa

sivo

dendê

zan

esteira

 

 

Esta é uma homenagem a todos os povos Jejes.

 

Ahun gbo gboy!

 

Sat

06

Apr

2013

AS VARIAÇÕES DAS TRÊS NAÇÕES: JEJE, KETU E ANGOLA

Dos muitos grupos de escravos vindo para o Brasil, 03(três) categorias ou nações se destacaram:


  • Grupos Fons ou Nação Jeje
  • Grupos Yorubás ou Nação Ketu
  • Grupos Bantos ou Nação Angola

 

Cada uma dessas 03 (três) nações tem dialeto e ritualística própria. Mas, houve uma grande coligação entre os deuses adorados nessas 03 (três) nações, por exemplo:


  • Na Nação Jeje os deuses são chamados de Voduns
  • Na Nação Ketu, de Orixás
  • Na Nação de Angola, de Inkices

 

Abaixo, encontram-se relacionados os deuses, as suas ligações e correspondência em cada uma dessas 03 (três) nações:


KETU

JEJE

ANGOLA

Exu

Elegbá

Bombogiro

Ogun

Gu

Nkosi-Mucumbe

Oxossy

Otolú

Mutaka Lambo

Omolu

Azanssun

Cavungo

Xangô

Sogbô

Nizazi ou Luango

Ossayn

Ague

Katende

Oya / Yansã

Guelede-Agan ou Vodun-Jó

Matamba/Kaingo

Oxum

Aziri-Tolá

Dandalunda

Yemanja

Aziri-Tobossi

Samba Kalunga/Kukuetu

Oxumarê

Becém

Angoro - Ongolo

Oxalá

Lissá

Lemba

 

Sun

17

Mar

2013

A ORGANIZAÇÃO DO CANDOMBLÉ NO NOVO MUNDO

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Antigamente, na Nigéria, os dias da semana eram apenas 04 (quatro) e eram assim denominados:


  • 1o dia - Ójumò Exu
  • 2o dia - Ójumò Ogun
  • 3o dia - Ójumò Xangô
  • 4o dia - Ójumò Oxalá

 

sendo que estes 04 (quatro) dias estavam ligados aos 04 (quatro) pontos cardeais:


  • 1º a leste onde habita Exu
  • 2º ao norte onde habita Ogun
  • 3º a oeste onde habita Xangô
  • 4º ao sul onde habita Oxalá

 

Como se pode observar, os yorubás tinham sua própria semana organizada que foi modificada ou adaptada à semana ocidental. Isto aconteceu porque não se manteve a tradição milenar de apenas 04 (quatro) dias.


Quando o Candomblé foi estabelecido na Bahia por Yanassó teve-se que se adaptar, como foi visto anteriormente, o culto para os moldes ocidentais, ou seja, cultuar vários orixás no mesmo espaço. Com esta junção, criou-se o que foi chamado Ójumò-osé ou dia de limpar ou ainda Ójumò-uenumó ou dia do descanso. Essa distribuição foi feita da seguinte forma:


  • 2ª feira cuidaria-se de Exu e Omolu
  • 3ª feira cuidaria-se de Ogun e Oxumarê
  • 4ª feira cuidaria-se de Xangô e Oya
  • 5ª feira cuidaria-se de Oxossi
  • 6ª feira cuidaria-se de Oxalá

 

No sábado seria a vez de se cuidar de todas as Yas ou Mães que seriam: Oxum, Yemanjá, Nanã, entre outras. Já no domingo, cuidaria-se de Ibeji.


Esta distribuição foi feita para que cada Omon-Orixá tivesse seu orixá ligado a um dia da semana e nesse dia esse Omon-Orixá estivesse na casa de Candomblé para prestar culto ao seu orixá, não fugindo assim da responsabilidade de cuidar de seu orixá.


Como comprovam vários estudiosos da cultura africana, não só houve a adaptação da semana yorubá para a semana ocidental, como uma série de cerimônia e ritos da religião de orixá tiveram que se adaptar ao Novo Mundo, conforme mostra o próprio ritual de iniciação que na Nigéria é feito em aldeias que ficam no interior das florestas.


Outra adaptação feita para o Brasil foi o do Jogo de Búzios. Enquanto no culto de orixá na Nigéria apenas o Babalawo faz o culto à advinhação e é ele, por determinação de Ifá, quem orienta todos os acontecimentos dentro do egbé; no Brasil, o jogo de búzios foi uma modalidade criada pelo Olwô Bamboxé para as mulheres ou Yalorixás da época.

 

Wed

13

Mar

2013

Por que o culto do orixá é chamado de CANDOMBLÉ?

Candomblé
Candomblé

Em 1830, algumas mulheres negras originárias de Ketu, na Nigéria, e pertencentes à irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, reuniram-se para estabelecer uma forma de culto que preservasse as tradições africanas aqui, no Brasil.


Segundo documentos históricos da época, esta reunião aconteceu na antiga Ladeira do Bercô; hoje, Rua Visconde de Itaparica, próximo a Igreja da Barroquinha, na cidade de São Salvador / Bahia.


Desta reunião, que era formada por várias mulheres, conforme relatei anteriormente, uma mulher ajudada por Baba-Asiká, um ilustre africano da época, se destacou: Íyànàssó Kalá ou Oká, cujo o òrúnkó no orixá era Íyàmagbó-Olódùmarè.


Mas, o motivo principal desta reunião era estabelecer um culto africanista no Brasil, pois viram essas mulheres, que se alguma coisa não fosse feita aos seus irmãos negros e descendentes, nada teriam para preservar o culto de orixá, já que os negros que aqui chegavam eram batizados na Igreja Católica e obrigados a praticarem assim a religião católica.


Porém, como praticar um culto de origem tribal, em uma terra distante de sua ìyá ìlú àiyé èmí´(a mãe pátria, terra da vida), como era chamada a África, pelos antigos africanos?


Primeiro, tentaram fazer uma fusão de várias mitologias, dogmas e liturgias africanas. Este culto, no Brasil, teria que ser similar ao culto praticado na África, em que o principal quesito para se ingressar em seus mistérios seria a iniciação. Enquanto na África a iniciação é feita muitas vezes em plena floresta, no Brasil foi estabelecida uma mini-África, ou seja, a casa de culto teria todos os orixás africanos juntos. Ao contrário da África, onde cada orixá está ligado a uma aldeia, ou cidade, por exemplo: Xangô em Oyó, Oxum em Ijexá e Ijebu e assim por diante.

 


Mas, por que esse culto foi denominado de CANDOMBLÉ?


Este culto da forma como é aqui praticado e chamado de Candomblé, não existe na África. O que existe lá é o que chamo de culto ao orixá, ou seja, cada região africana cultua um orixá e só inicia elegun ou pessoa daquele orixá. Portanto, a palavra Candomblé foi uma forma de denominar as reuniões feitas pelos escravos, para cultuar seus deuses, porque também era comum chamar de Candomblé toda festa ou reunião de negros no Brasil. Por esse motivo, antigos Babalorixás e Yalorixás evitavam chamar o culto dos orixás de Candomblé. Eles não queriam com isso serem confundidos com estas festas. Mas, com o passar do tempo a palavra Candomblé foi aceita e passou a definir um conjunto de cultos vindo de diversas regiões africanas.


A palavra Candomblé possui 2 (dois) significados entre os pesquisadores: Candomblé seria uma modificação fonética de “Candonbé”, um tipo de atabaque usado pelos negros de Angola; ou ainda, viria de “Candonbidé”, que quer dizer “ato de louvar, pedir por alguém ou por alguma coisa”.


Como forma complementar de culto, a palavra Candomblé passou a definir o modelo de cada tribo ou região africana, conforme a seguir:


  • Candomblé da Nação Ketu
  • Candomblé da Nação Jeje
  • Candomblé da Nação Angola
  • Candomblé da Nação Congo
  • Candomblé da Nação Muxicongo

 

A palavra “Nação” entra aí não para definir uma nação política, pois Nação Jeje não existia em termos políticos. O que é chamado de Nação Jeje é o Candomblé formado pelos povos vindos da região do Dahomé e formado pelos povos mahin.

Os grupos que falavam a língua yorubá entre eles os de Oyó, Abeokuta, Ijexá, Ebá e Benin vieram constituir uma forma de culto denominada de Candomblé da Nação Ketu.


Ketu era uma cidade igual às demais, mas no Brasil passou a designar o culto de Candomblé da Nação Ketu ou Alaketu.


Esses yorubás, quando guerrearam com os povos Jejes e perderam a batalha, se tornaram escravos desses povos, sendo posteriormente vendidos ao Brasil.


Quando os yorubás chegaram naquela região, sofridos e maltratados, foram chamados pelos fons de ànagô, que quer dizer na língua fon “piolhentos, sujos” entre outras coisas. A palavra com o tempo se modificou e ficou nàgó e passou a ser aceita pelos povos yorubás no Brasil, para definir as suas origens e uma forma de culto. Na verdade, não existe nenhuma nação política denominada nàgó.


No Brasil, a palavra nàgó passou a denominar os Candomblés também de Xamba da região norte, mais conhecido como Xangô do Nordeste.


Os Candomblés da Bahia e do Rio de Janeiro passaram a serem chamados de Nação Ketu com raízes yorubás.


Porém, existem variações de Nações, por exemplo, Candomblé da Nação Efan e Candomblé da Nação Ijexá. Efan é uma cidade da região de Ilexá próxima a Osobô e ao rio Oxum. Ijexá não é uma nação política. Ijexá é o nome dado às pessoas que nascem ou vivem na região de Ilexá.


O que caracteriza a Nação Ijexá no Brasil é a posição que desfruta Oxum como a rainha dessa nação.


Da mesma forma como existe uma variação no Ketu, há também no Jeje, como por exemplo, Jeje Mahin. Mahin era uma tribo que existia próximo à cidade de Ketu.


Os Candomblés da Nação Angola e Congo foram desenvolvidos no Brasil com a chegada desses africanos vindos de Angola e Congo.


A partir de Maria Néném e depois os Candomblés de Mansu Bunduquemqué do falecido Bernardino Bate-folha e Bam Dan Guaíne muitas formas surgiram seguindo tradições de cidades como Casanje, Munjolo, Cabinda, Muxicongo e outras.


Nesse estudo sobre Nações de Candomblé, poderia relatar sobre outras formas de Candomblé, como por exemplo, Nàgó-vodun que é uma fusão de costumes yorubás e Jeje, e o Alaketu de sua atual dirigente Olga de Alaketu.


O Alaketu não é uma nação específica, mas sim uma Nação yorubá com a origem na mesma região de Ketu, cuja sua história no Brasil soma-se mais de 350 (trezentos e cinquenta) anos ao tempo dos ancestrais da casa: Otampé, Ojaró e Odé Akobí.


A verdade é que o culto nigeriano de orixá, chamado de Candomblé no Brasil, foi organizado por mulheres para mulheres. Antigamente, nas primeiras casas de Candomblé, os homens não entravam na roda de dança para os orixás. Mesmo os que se tornavam Babalorixás tinham uma conduta diferente quanto à roda de dança. Desta forma, a participação dos homens era puramente circunstancial. Daí ter-se que se inserir no culto vários cargos para homens, como por exemplo, os cargos de ogans.


Hoje, a palavra Candomblé define no Brasil o que chamamos de culto afro-brasileiro, ou seja:  “UMA CULTURA AFRICANA EM SOLO BRASILEIRO”.  


Mon

04

Mar

2013

EBÓ

A palavra ebó significa sacrifício. O ebó é usado para os mais variados casos, ou seja, cada situação de dificuldades, doenças ou amor requer um ebó para que haja o equilíbrio.


Seguem, abaixo, alguns ebós para solucionar determinados casos: 

 

EBÓ PARA CASAR


Material:

01 tigela branca

01 par de alianças

01 foto do casal

½ kg de açúcar cristal

½ kg de arroz com casca

02 velas

½ m de fita cor-de-rosa


Como fazer:

No fundo da tigela, colocar a foto do casal. Em cima da foto, colocar o par de alianças. Cobrir esta foto e estas alianças com açúcar cristal e por último cobrir tudo com o arroz com casca. Depois, unir as duas velas e amarrá-las com a fita cor-de-rosa e acendê-las pedindo a Yemanjá união e casamento. 

 


 

EBÓ PARA EMPREGO


Material:

Fazer 04(quatro) farofas, sendo:

01 de dendê

01 de mel

01 de cachaça

01 de água


Como fazer:

Colocar estas farofas cada uma em cima de uma folha de mamona e ao lado acender uma vela com uma moeda e pedir a Exu abertura de caminhos.


 


EBÓ PARA SAÚDE


Cozinhar bem uma canjica com açúcar cristal e coá-la. Escrever o nome da pessoa doente num papel branco 08(oito) vezes a lápis e cobri-lo com a canjica fria. Depois, cobrir com algodão e ao lado acender uma vela de 07(sete) dias pedindo a Oxalá que dê saúde. Dar banho com a água coada da canjica na pessoa doente e vesti-la, de preferência, com a cor branca.

 

Tue

26

Feb

2013

A IMPORTÂNCIA DAS CORES

Cores
Cores

As cores são muito importantes na cultura afro-brasileira. Elas são, na verdade, o maior elo entre a matéria e o astral.


A harmonia das cores usadas nas roupas faz a vibração do Orixá ficar positiva ou negativa. Quando se for resolver uma situação de trabalho, amor, saúde, etc. devemos prestar muita atenção nas cores usadas naquele momento para que tenhamos sucesso.


Na tabela abaixo, estão relacionadas as cores de cada Orixás e os dias em que devem ser usadas:

 

CORES


ORIXÁ

DIA

Preto-vermelho/estampado

Exu

Segunda-feira

Azul escuro / verde

Ogun

Terça-feira

Azul claro

Oxossy

Quinta-feira

Verde e amarelo

Ossayn

Quinta-feira

Branco e preto/marrom rajado

Omolu

Segunda-feira

Amarelo ouro

Oxum

Sábado

Vermelho e coral

Yansã

Sábado e Quarta-feira

Branco e prata

Yemanjá

Sábado

Lilás

Nanã

Sábado

Vermelho-branco

Xangô

Quarta-feira

Preto-amarelo

Oxumarê

Terça-feira

Branco

Oxalá

Sexta-feira



 

Wed

06

Feb

2013

Cultura Afro-Brasileira

Ilé Axé d’Oxalá
Ilé Axé d’Oxalá

Dentre muitas raças que ajudaram a formar a cultura social do Brasil, os índios e os negros foram, sem dúvida, raças que se destacaram bastante.

 

Eu, Paulo de Oxalá, nascido no Amazonas, sou neto de índios Tuxáuas e vim me identificar aqui no Rio de Janeiro com a cultura afro-brasileira. Cultura esta que abracei com muita dedicação, mas sem fugir às minhas origens indígenas.

 

Sou pesquisador de cultos afro-brasileiros e esoterismo, totalmente documentado e abalizado de forma abrangente nos assuntos místicos e da religião de Orixá.

 

Venho aqui mostrar o meu trabalho de orientação espiritual para os mais variados segmentos da sociedade.

 

Sabemos que neste momento de globalização devemos nos preparar para mais este avanço da humanidade.

 

Através do Jogo de Búzios, de conhecimentos adquiridos e com uma experiência de mais de 30(trinta) anos na cultura afro-brasileira, podemos ajudar ao nosso semelhante a perceber e entender melhor a sua personalidade e, consequentemente, seus problemas.

 

O caráter e a personalidade são os dois maiores valores que existe dentro do ser humano.

 

Portanto, é através do Jogo de Búzios e da orientação espiritual que podemos oferecer ajuda nos mais variados assuntos como, amor, trabalho e saúde, podendo assim, decidir melhor a respeito desses temas.

 

Desta forma, a pessoa se resguardará e saberá os seus pontos positivos e negativos e evitará os seus pontos fracos. Com esta ajuda, saberá também entender os que estão a sua volta, pois o Jogo dará o perfil de cada personalidade e se tornará mais fácil conviver com o cônjuge, filhos, pais e colegas de trabalho.

A cultura afro-brasileira, o Candomblé em particular, é sem sombra de dúvidas uma das mais bonitas religiões existentes.

 

Encontramos nesta cultura resposta para todo tipo de problema.

 

Na Casa que eu dirijo, o Ilé Axé d’Oxalá, tenho ajudado a muitas e muitas pessoas que me procuram para os mais variados problemas, sob as bênçãos dos Orixás.

Fri

14

Dec

2012

YANGO TI OBALÚWAIYÉ - A VIDA E A TRAJETÓRIA DE UM FILHO DO GUERREIRO JAGUN

Carioca de Botafogo, Marcelo Dias era criança e dava sustos em seus pais, que ao lhe procurarem, o encontravam batendo palmas num terreiro de Umbanda. Mais tarde, fez camarinha de Umbanda e passou a comandar giras de caridade na Ilha do Governador. Em 2001, foi iniciado para Obalúwáiyé pelo Bàbábálórìsà Jorge de Ògúnjà, ficando conhecido como Yangô de Obalúwáiyé. Com muita simpatia, Pai Yangô conquistou muitas amizades, e dentre elas, a do Pai Fernandes de Òsóòsí que o convidou para participar do seu programa de rádio. Ali nasceu o Agen-Afro - um trabalho com o objetivo de divulgar todos os acontecimentos relativos à religião e cultura afro-brasileira. Pai Yangô também é editor e colunista da Revista Odara, que é dirigida pelo Bàbálórìsá Anderson de Òsàgiyán. Além de participar de muitos eventos e ser nosso parceiro de mídia, ele ajuda na divulgação da Procissão de Yemanjá do Mercadão de Madureira, e atua como ativista da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio de Janeiro. Iniciado no culto a Ifá pelo Bàbáláwo Evandro Otura Ayrá, Pai Yangô é pai biológico de Renan Dias, seu herdeiro de fato. Dirige um terreiro na Rua Coronel Queirós, n.279, em Anchieta, onde, no domingo, dia 16 de Dezembro, às 15h, junto com seu irmão no Òrìsà, Muzurê de Òsùmàrè, realizarão uma Procissão e um toque de Opanije para Obalúwáiyé. Àse Púpò!

Wed

22

Aug

2012

Mãe Dofona de Ogunjá

Mãe Dofona de Ogunjá
Mãe Dofona de Ogunjá

Quando era pequena, Maria Abraão tinha problemas espirituais, por isso foi levada por sua mãe biológica a um Terreiro de Umbanda em Queimados – Baixada Fluminense. Lá, os Guias deram passes espirituais na criança e lhe receitaram banhos espirituais. Eles orientaram para que a mãe levasse a menina para participar das Giras de desenvolvimento do terreiro.


Em uma dessas Giras, Maria incorporou pela primeira vez a Pomba Gira Caruerê, que disse que ela tinha uma missão espiritual a cumprir. Neste Terreiro, ela desenvolveu seus Guias de Umbanda ficando lá por muito tempo até se casar, quando afastou-se da religião. Anos após o casamento e com o nascimento dos seus dois primeiros filhos, Maria voltou a ter problemas espirituais.


Um dia, ao visitar o Terreiro de Mãe Lúfón de Òsàlá do “Àse Rizo de Òsóòsì”, na Estrada de Madureira, em Nova Iguaçu, Maria bolou e foi iniciada para Ògúnjà. Lá cumpriu suas obrigações. Mas, com o falecimento de Mãe Lúfón, Mãe Maria mudou de axé. Atualmente, na Nação Jeje, Mãe Maria dirige o “Ilê Axé d´Ogunjá”, em Adrianópolis - Nova Iguaçu/RJ.


No Ilê Axé d´Ogunjá, a força da fé é verdadeiramente comprovada em vários fatos em que o Orixá se manifesta em toda a sua plenitude. Mãe Maria de Ogunjá costuma enfatizar a força protetora de Ogun para os seus filhos de santo e todos aqueles que lhe procuram em busca de auxílio: “Peça com Fé, que imediatamente Ogun virá para socorrê-lo.”


Mãe Maria é uma guerreira como o próprio Ogunjá, por isso seus filhos lhe rendem esta homenagem como demonstração de respeito e carinho.


Kolofé de todos os seus filhos do axé!



 

Fri

17

Aug

2012

A RESISTÊNCIA DO AXÉ DE ÈGBÓNMI DILA DE OBALÚWÁIYÉ

Nascida no Rio de janeiro em 2 de março de 1908, na Rua do Riachuelo, n.210, Secundina Lopes da Anunciação era chamada pelo cognome familiar de “Dila”.


Segundo o seu relato ao Ogan do Àse Òpó Afònjá, José Beniste, naquela época só havia três Candomblés no Rio de Janeiro: o da finada Gayaku Rozena de Besen, no bairro da Saúde; o de João Alaba, também na Saúde; e o do Sr. Cipriano Abedé, no Centro. E foi através dos seus avós maternos, que tinham cargo no Terreiro do Podaba da Gayaku Rozena de Besen, que Dila conheceu o Bàbálórìsà Cipriano Abedé que em 1922 a iniciou para Obalúwáiyé e Òsun. Na época de sua iniciação, Dila estava com 14 anos de idade. O seu avô Miguel Afonsekoloanu era Pejigan de Sàngó, e a avó Dandan Nueji foi iniciada para Òsùmàrè. Ao completar o ciclo de suas obrigações, Dila passou a ser chamada e conhecida como Ègbónmi Dila de Obalúwáiyé. Com o falecimento do Pai Abedé em 1933, Ègbónmi Dila tirou a mão com Mãe Aninha “Oba Biyi” do Àse Òpó Àfònjá. Quando Mãe Aninha morreu, Ègbónmi Dila tirou a mão com Mejito Donontinha de Vodunjo, que era sucessora da Gayaku Rozena de Besen. E foi Mejito Donontinha que abriu o Ilé de Ègbónmi Dila, em São João de Meriti.


Segundo a Ekedi Rosangela Coutinho, conhecida como “Ekedi Mocinha de Sàngó” e que é “Aráejé” (parente consanguínea) de Ègbónmi Dila e filha do Ogan Tatá de Òsun, a casa era muito bem frequentada pelos Bàbálórìsà’s e ÌyálórÌsà’s da época. Dentre eles, ela cita: Mãe Menininha do Gantois, Ìyá Bida de Yemojá, Pai João da Goméia, Ègbónmi Theodora, Mãe Tomazia, Mãe Estela de Òsóòsí e o próprio Ogan Beniste. Ekedi Mocinha ainda ressalta os inúmeros omo Òrìsà’s que a tratavam com muita dedicação e respeito:   Ìyá Miana de Òsun (Hunbona da casa), Mãe Glorinha de Òsun, Jandary de Òsàgiyán, Jurema de Omolu e também o inesquecível Gumbono Djalma de lalu “Igbara lonan” que com a morte de Tata Fumutinho, tirou a mão com Mãe Dila. A Hunbona da casa Ìyá Miana de Òsun (Damiana Antônio da Silva), foi iniciada em 1944 para Òsun e Òsóòsí e teve em sua iniciação como Ìyá Kékeré a respeitável Mãe Senhora, Òsun Muiwà, do Ilé Àse Òpó Afònjá. Ìyá Miana era competente, atenciosa e considerada o braço direito de Ègbónmi Dila.


Mãe Dila faleceu em 13 de Janeiro de 1990. Com a sua morte, o Àse ficou de luto por dois anos e em 1992, por indicação do jogo de búzios de Mãe Regina de Bamgbose, Ìyá Miana de Òsun toma posse como Ìyálórìsà do Ilé Àse Omin Ijéna. Ìyá Miana cumpriu com muito zelo, todos os ensinamentos deixados por Mãe Dila, seguindo do mesmo modo o calendário litúrgico da casa, que começa em janeiro com uma festa para o Senhor da casa: Obalúwáiyé. Em junho é a festa de Sàngó; em setembro, as Águas de Òsàlá e em dezembro, a Festa das Àyabás (Mães Rainhas: Òsún, Yánsàn, Obà e Iyewa).


Em abril de 2009 Ìyá Miana, por determinação dos Òrìsà’s, entregou para sua sobrinha neta no Òrìsà, Adriana Bárbara (Ìyá Danda de Òsun), os Igbá’s de Obalúwáiyé e Òsun que pertenceram a Ègbónmi Dila, os seus próprios de Òsun e Òsóòsí e o Igbá de Sàngó do avô de Mãe Dila. Ìyá Miana faleceu em 2011 e relembrando aquele mês de abril de 2009 quando da entrega dos Igbá”s, Ìyá Miana estava confiando a Ìyá Danda a manutenção do Àse. Àse este, que por norma, pertence a pequena Rafaela de apenas 3 anos de idade. Rafaela é sobrinha neta de Ègbónmi Dila. Ela é de Obalúwáiyé, mas não é iniciada e, por ser muito pequenina, ainda não pode assumir esta responsabilidade. Então, Obalúwáiyé quer que Ìyá Danda de Òsun conduza o Àse e seja a “Guardiã da cadeira”, até o periodo conhecido apenas por ele e Olódùmarè.


Para os Òrìsa’s, a folha só cai na hora certa! E a hora chegou! Sábado, dia 25 de agosto, a partir das 22 horas, Ìyá Danda de Òsun assume a direção do Ilé Àse Omin Ìjéna. Ìyá Danda diz estar emocionada e esta disposta a cumprir com amor, sabedoria e humildade o posto a ela confiada: “Guardiã da cadeira do Àse”.

Àse!

 

 

 

 

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Sat

21

Jul

2012

AJOIÉ E EKEDI

A palavra "ajoié" é correspondente feminino de ogan pois, a palavra ekedi, ou ekejí, vem do dialeto ewe, falado pelos negros fons ou Jeje.

 

Portanto, o correspondente yorubá de ekedi é ajoié, onde a palavra ajoié significa "mãe que o orixá escolheu e confirmou".

 

Assim como os demais oloyés, uma ajoié tem o direito a uma cadeira no barracão. Deve ser sempre chamada de "mãe", por todos os componentes da casa de orixá, devendo-se trocar com ela pedidos de bençãos. Os comportamentos determinados para os ogans devem ser seguidos pelas ajoiés.

 

Em dias de festa, uma ajoié deverá vestir-se com seus trajes rituais, seus fios de contas, um ojá na cabeça e trazendo no ombro sua inseparável toalha, sua principal ferramenta de trabalho no barracão e também símbolo do óyé, ou cargo que ocupa.

 

A toalha de uma ajoié destina-se, entre outras coisas, a enxugar o rosto dos omo-orixás manifestados. Uma ajoié ainda é responsável pela arrumação e organização das roupas que vestirão os omo-orixás nos dias de festas, como também, pelos ojás que enfeitarão várias partes do barracão nestes dias.

 

Mas, a tarefa de uma ajoié não se restringe apenas a cuidar dos orixás, roupas e outras coisas. Uma ajoié também é porta-voz do orixá em terra. É ela que em muitas das vezes transmite ao Babalorixá ou Yalorixá o recado deixado pelo próprio orixá da casa.

 

No Candomblé do Engenho Velho ou Casa Branca, as ajoiés são chamadas de ekedis. No Gantois, de "Iyárobá". Já na Nação de Angola, é chamada de "makota de angúzo". Mas, como relatei anteriormente, "ekedi" é nome de origem Jeje mas, que se popularizou e é conhecido em todas as casas de Candomblé do Brasil, seja qual for a Nação.

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