Os Agudás

Nos séculos XVIII e XIX quando os escravos trazidos do antigo Dahomé (atual Benin) eram libertos e retornavam para terra natal eram chamados pelos seus conterrâneos de agudás. A palavra agudá deriva de “ajuda”, nome português da cidade de Uidá.

 

Os agudás chegavam à África batizados com os sobrenomes dos antigos senhores daqui, do Brasil. No entanto, sua fé mesclava suas divindades com santos católicos. Eles levavam novos conhecimentos sobre agricultura, hábitos alimentares (como comer mandioca) e receitas culinárias (como a feijoada, a cocada ou o cozido).  Já em outras iguarias, os agudás mantiveram a tradição como é o caso do bolinho de massa de feijão, chamado em língua fon de atá. O atá é nosso acarajé que em yorubá chama-se àkàrà. No Benin, o atá é frito em óleo comum, não é aberto como aqui no Brasil e não leva nenhum recheio.

 

Os agudás reproduziram festas tradicionais como a dança da burrinha que tem forma semelhante ao bumba-meu-boi brasileiro. Eles também comemoram o carnaval, mas no final do mês de janeiro. O carnaval é seguido da festa ao Senhor do Bonfim deixando claros os laços culturais que aproximam o Brasil da África.

 

 Evocação Fon: Avolun Lisa! (Salve o Senhor da Criação!)