A reunião de Naná Vasconcelos e George Martin

Um brasileiro outro britânico, em comum, a paixão pela música despertada na infância. Naná Vasconcelos começou tocando tambor, bateria e berimbau. Muito cedo ganhou destaque em Pernambuco pela sua habilidade musical.  

Reconhecido na música brasileira e com grande prestígio internacional, Naná Vasconcelos venceu oito prêmios Grammy e foi eleito como o melhor percussionista do mundo pela revista americana de jazz Down Beat.

 Em 1968 participou da histórica apresentação de “Pra não dizer que não falei de flores” de Geraldo Vandré no Festival Internacional da Canção e trabalhou com Gilberto Gil, Caetano Veloso e Gal Costa. Gravou dois discos com Milton Nascimento e fez parte da gravação dos álbuns de Marisa Monte e da Banda Mundo Livre S/A. 

No exterior ele gravou com os grandes ícones do jazz, Miles Davis, Art Blakey, Tony Williams, Don Cherry e Oliver Nelson. Sempre usando instrumentos de percussão puramente nacionais, como o berimbau e a queixada de burro. Filho de Xangô e grande divulgador da cultura afro brasileira, Naná gravou no município de Cachoeira na Bahia, o documentário “Diário de Naná” com a Gaiaku Luiza da Nação Jeje Mahin. Foi abençoado pela Mãe de Santo e aclamado como um bom filho do Orixá da justiça.

O gênio que lançou os Beatles:

George Martin encantou-se pela música, quando assistiu a uma apresentação da Orquestra Sinfônica de Londres no salão da escola. Ainda jovem Martin foi contratado pela EMI e trabalhou com artistas como Shirley Bassey, Matt Monro e grupos de jazz de Johnny Dankworth e Humphrey Lyttelton. Martin também produziu gravações de comediantes como Bernard Cribbins e Peter Sellers. 

Em 1962 recebeu a visita de Brian Epstein, patrocinador de quatro rapazes que haviam sido rejeitados por todas as grandes gravadoras da Inglaterra. A princípio os considerou ruins de música, mas mesmo assim seguiu a intuição e assinou com os quatro, e os Beatles estouraram nas paradas de sucesso com “Love Me Do”. A partir daí, nasceria à banda e a parceria produtor-artista, mais bem-sucedida de todos os tempos. Após o fim dos Beatles, Martin foi produtor das Bandas Dire Straits, Rolling Stones e dos cantores Celine Dion e Sting.

Em 1997, Elton John pediu sua ajuda para produzir a regravação da música Candle in the Wind em versão feita para o funeral da princesa Diana.

 

Martin convenceu Elton a gravar exatamente como havia tocado na Abadia de Westminster. O resultado foi o 30º hit número 1 nas paradas produzido por Martin, um feito nunca antes alcançado por um produtor.

  Ao longo de sua carreira de mais de cinco décadas, George Martin produziu mais de 700 álbuns. Seu conhecimento técnico e gosto pela inovação, permitiram que produzisse sons inéditos  com equipamentos que músicos modernos considerariam primitivos.

 

De forma coincidente, Naná Vasconcelos e George Martin se tornaram referências musicais. E como a música é única mensagem captada por todos. Eles entraram juntos para a história como mitos musicais. 

Láàyè nã orin! (Viva a música!)

Axé!